domingo, 20 de julho de 2014

Com o fim do Mundial, manifestantes miram eleições

19/07/2014 11:11 - Atualizado em 19/07/2014 11:11

Folhapress



 
SÃO PAULO - Sai o mote contra a Copa e entra o contra a eleição. O término do torneio esportivo no Brasil não significa o fim dos protestos pelo país, ameaçam organizadores de alguns grupos que fizeram manifestações antes e durante o Mundial. Na nova agenda dos manifestantes, além do questionamento sobre "quem pagará a conta da Copa", estão incluídos boicotes a comícios de candidatos a presidente.
"Vamos fazer panfletagem nos locais onde os políticos farão discursos. Os protestos não vão parar", disse Igor Silva, 21, estudante de direito e um dos organizadores dos protestos divulgados pelas redes sociais chamados de "Contra a Copa", que reuniram vários grupos com diferentes pautas e chegaram a arregimentar cerca de 2.000 pessoas em atos entre janeiro e junho. Alguns deles acabaram em violência.
A FIP (Frente Independente Popular), que também atuou em protestos pelo país, iniciou no último sábado as discussões para futuras mobilizações. O primeiro item da pauta de debates foi o 'Boicote à Farsa Eleitoral'.
Atos da FIP costumam ter apoio de 'black blocs' que usam como tática de protesto a destruição do patrimônio público e privado. Para evitar relação com partidos políticos, Silva disse que o "Contra a Copa" já abriu mão do apoio de dois grupos: da Anel (Assembleia Nacional dos Estudantes Livre), ligada ao PSTU, e do Juntos, que reúne a Juventude do PSOL. "Eles não devem mais participar dos atos", disse.
Segundo Silva, embora o foco agora seja a eleição, haverá futuros protestos criticando a Copa. "Vamos abordar o "deslegado" da Copa, questionando quem vai pagar a conta".
As futuras manifestações devem pregar o voto não obrigatório e a democracia direta, sem a interferência de partidos políticos. O slogan "não vai ter voto" já aparece em páginas do Facebook. Silva disse que os últimos atos contra a Copa foram esvaziados por causa da forte repressão policial. "A perseguição da polícia nos tirou da rua, mas acreditamos que as coisas vão mudar com o fim da Copa, quando os policiais estavam preocupados em manter a ordem".
O grupo diz que, além dos boicotes a comícios, está sendo organizado um grande ato em São Paulo para o dia 5 de outubro, data do primeiro turno eleitoral.

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