Legado
Reforço de 7.000 homens já se dissipou, mas rodízio com militares do interior será implementado
Reforço. Efetivo durante a Copa foi de 13 mil homens; normalmente a capital conta com 6.000 policiais
PUBLICADO EM 17/07/14 - 03h00
A Copa do Mundo acabou e com ela se foram 7.000 militares que
reforçaram o policiamento preventivo em Belo Horizonte durante os 30
dias de evento. O efetivo de mais de 13 mil homens que aumentou a
sensação de segurança da população no último mês já voltou aos 6.000
militares habituais, mas a prática de reforçar o policiamento preventivo
na cidade com os agentes do interior vai permanecer. A garantia foi
dada nessa quarta pelo secretário de Estado de Defesa Social, Rômulo
Ferraz, durante balanço da segurança no Mundial.
O aumento dos militares nas ruas da capital foi possível com policiais
em formação que voltam agora para a academia, do Batalhão de
Policiamento Especializado que atua apenas em grandes eventos, e de 600
agentes que trabalham no interior e já retornaram para suas cidades. A
proposta agora é manter ao menos 200 policiais do interior atuando na
capital até que novos militares sejam formados. Eles se juntam aos 5.500
agentes que atuam no setor operacional em Belo Horizonte e aos 800
militares do administrativo que, desde fevereiro, formam o Batalhão
Metrópole, de ronda preventiva, em sistema de rodízio.
Os militares do interior serão escolhidos entre todas as cidades do
Estado, também em forma de rodízio. Eles vão atuar em Belo Horizonte por
um período pré-determinado e depois retornam para suas cidades, sendo
substituídos por outros agentes. Esses policiais irão atuar apenas nas
rondas preventivas, sem atender ocorrências do 190. “Esse remanejamento
será feito de forma quase que imediata. Esse foi um aprendizado que
tivemos durante a Copa. Com planejamento, a gente não prejudica de onde
está saindo e potencializa onde está chegando. Isso vai aumentar o
policiamento e ainda qualificar os agentes do interior”, explicou o
comandante geral da Polícia Militar no Estado, coronel Márcio Martins
S’antana.
O secretário de Estado de Defesa Social, Rômulo Ferraz, explica que não
é possível manter todo o efetivo usado durante a Copa na capital.
“Obviamente não é possível manter todo aquele contingente de militares
nas ruas. Houve proibição de férias para os agentes de segurança, entre
outras ações. Mas vimos que é possível manter uma situação
intermediária. A ideia é aumentar a visibilidade dos policiais por parte
da população e melhorar a sensação de segurança”, explicou o
secretário. Ele adiantou que as estatísticas devem mostrar uma redução
nos crimes na capital no último mês.
Balanço. Durante a
Copa do Mundo, 173 pessoas foram presas em ocorrências ligadas ao
evento. A Polícia Civil abriu 286 inquéritos, sendo que 85 deles foram
de prisões em flagrante e outros 201 para investigar crimes sem autoria
identificada.
Detalhes
Estrangeiros livres. Todos
os 63 estrangeiros presos já foram soltos e estão livres para voltar a
seus países de origem. Eles vão responder aos crimes cometidos em
liberdade.
Barras bravas. Três
argentinos foram detidos em Minas, sendo dois barras bravas (nome dado a
integrantes de torcidas organizadas da Argentina que já se envolveram
em atos violentos).
Para especialista, estratégia é boa, mas efetivo é insuficiente
A tática de aumentar o policiamento preventivo é uma das melhores formas de combater a violência. Essa é opinião é do especialista em segurança pública Robson Sávio. Ele pondera, no entanto, que, para uma cidade do porte de Belo Horizonte, o reforço de 200 policiais pode não representar melhora significativa nos índices de criminalidade.
“É um consenso entre os pesquisadores que a ação preventiva é a melhor forma de policiamento. Para isso é preciso reforçar o efetivo na rua. O melhor seria um reordenamento da Polícia Militar com um esforço ainda maior para colocar os agentes do administrativo na rua”, analisou.
Sávio ainda destacou que não vê prejuízos para as cidades do interior, se houver um planejamento.
A tática de aumentar o policiamento preventivo é uma das melhores formas de combater a violência. Essa é opinião é do especialista em segurança pública Robson Sávio. Ele pondera, no entanto, que, para uma cidade do porte de Belo Horizonte, o reforço de 200 policiais pode não representar melhora significativa nos índices de criminalidade.
“É um consenso entre os pesquisadores que a ação preventiva é a melhor forma de policiamento. Para isso é preciso reforçar o efetivo na rua. O melhor seria um reordenamento da Polícia Militar com um esforço ainda maior para colocar os agentes do administrativo na rua”, analisou.
Sávio ainda destacou que não vê prejuízos para as cidades do interior, se houver um planejamento.
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