quarta-feira, 16 de abril de 2014

Primeiros sinais de obras de duplicação começam a aparecer na BR-381

Apesar dos atrasos, empresas que vão executar o projeto se preparam para pôr as máquinas na pista. O alojamento para 700 funcionários está pronto

Leonardo Augusto - Estado de Minas
Publicação: 16/04/2014 06:00 Atualização: 16/04/2014 07:42


Alojamento para os operários que vão trabalhar na reforma da rodovia foi construído no distrito de Roças Novas. Expectativa é de que as obras comecem em 15 de maio
Os primeiros alojamentos para operários que vão trabalhar na duplicação da BR-381, no trecho entre Belo Horizonte e Governador Valadares, estão prontos para entrar em funcionamento. A estrutura foi montada à altura do Km 422, a aproximadamente 30 quilômetros de Belo Horizonte. No momento, aproximadamente 10 funcionários do consórcio vencedor da licitação para o trecho em que foram construídos os alojamentos – que fica entre o Rio Una e a entrada para Caeté, um total de 37,5 quilômetros, denominado Lote 7 – trabalham no local, que fica à direita da estrada, no sentido Valadares, executando tarefas internas como abertura de acessos e montagem de enfermarias e escritórios.
A ordem de serviço para o início da duplicação ainda não foi assinada pela presidente Dilma Rousseff (PT). Segundo moradores do distrito de Roças Novas, que pertence a Caeté, ao menos neste lote em que foram construídos os alojamentos, as obras começam em 15 de maio, dentro de um mês, portanto. Até o próximo dia 2, ainda de acordo com moradores do distrito, o trecho será dividido em 10 pontos estratégicos em que as máquinas a serem usadas na duplicação serão posicionadas.
A licitação do trecho foi vencida pelo consórcio formado pelas empresas Brasil, Mota e Engesur. A concorrência foi a mais cara entre os 11 lotes em que a obra foi dividida. As empresas vão receber R$ 530 milhões para executar o projeto. Ao todo, os alojamentos terão capacidade para 700 operários. Já estão prontos dois com 16 quartos cada. Outros dois ficarão prontos em julho. Além dos dormitórios, enfermarias e escritórios, estão ainda em fase de acabamento laboratório de análise de asfalto e um almoxarifado. Haverá ainda uma bomba de combustível e oficina. A área em que a base está sendo montada tem aproximadamente 60 mil metros quadrados e foi alugada pelo consórcio por R$ 5,5 mil de um morador de Roças Novas. O início das obras foi há cerca de 60 dias.
Além do percurso entre o Rio Una e a entrada para Caeté, outra etapa da duplicação que poderá começar mais rapidamente é a que inclui a construção de túneis na região de Antonio Dias. A empresa Toniolo,    Busnello/GP Consultoria, vencedora da licitação para a obra, havia avisado, em novembro de 2013, ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) que já tinha condições de começar a trabalhar. Outros cinco lotes já tiveram concluídos os processos de licitação. Quatro, no entanto, estão com a concorrência atrasada por causa de desapropriações e dúvidas das empreiteiras que teriam interesse em participar da disputa.
Desapropriação Em um dos lotes, o mais próximo de Belo Horizonte, o imbróglio envolve a retirada de 1,5 mil famílias da Vila da Luz, que fica na junção da BR-381 com o Anel Rodoviário da capital. Por dificuldades nas negociações com os moradores da região, o Dnit adiou de ontem para 8 de maio a abertura dos envelopes da disputa pela obra. Também por dificuldades para retirada de famílias, a concorrência para o trecho entre os quilômetros 427 e 445, imediatamente anterior ao que está a Vila da Luz, no sentido Belo Horizonte, foi adiado. A disputa para os outros dois lotes, que ficam entre o Ribeirão Prainha e o acesso Sul de Nova Era, e desse ponto até João Monlevade, foram transferidas para a nova data para discussão sobre impactos urbanos da obra.
Desde 2012, quando foi lançado o edital para duplicação da BR-381, o cronograma da obra passou por atrasos e cancelamentos. No ano passado, divergências entre o Dnit e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) prejudicaram a concessão da licença ambiental para a execução da obra. Com o atrito, o documento só foi liberado pelo Conselho de Política Ambiental (Copam) em fevereiro passado.

Nenhum comentário: