18/04/2014 16h22
- Atualizado em
18/04/2014 17h38
Prisão preventiva foi decretada em ação sobre greve de 2012, diz MPF.
Vereador será levado para presídio de segurança máxima, segundo a PF.
Marco Prisco, apontado como líder da greve da PM
(Foto: Imagem/ TV Bahia)
(Foto: Imagem/ TV Bahia)
Apontado como o líder da greve da Polícia Militar na Bahia, o vereador
Marco Prisco (PSDB) foi preso na tarde desta sexta-feira (18) em Santo
Antônio de Jesus, a 190 km de Salvador, segundo informações do Ministério Público Federal (MPF).
A prisão preventiva foi determinada pela Justiça Federal na terça-feira (15), informou o MPF, que fez o pedido nesta segunda.
Segundo a decisão da 17ª Vara Federal, a prisão deverá ser cumprida por 90 dias "em estabelecimento de segurança máxima".
O MPF afirma que a prisão de Prisco visa garantir a ordem pública e que
ele somente pode recorrer ao Supremo Tribunal Federal. O pedido faz
parte de uma ação penal contra sete acusados por diversos crimes na
greve de 2012, que foram denunciados no ano passado.
A Polícia Federal informou em nota que a prisão ocorreu em Costa do
Sauípe, com apoio da Polícia Rodoviária Federal e da Aeronáutica.
Segundo a PF, ele será transferido para o Presídio Federal de Brasília
(Complexo da Papuda) nesta tarde.
Prisco é vereador e diretor-geral da Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares no Estado da Bahia (Aspra).
A greve da Polícia Militar da Bahia teve início na terça-feira e foi
encerrada na tarde de quinta-feira (17). Segundo a Secretaria de
Segurança, foram registrados 59 homicídios em Salvador e região metropolitana durante a paralisação, 156 carros roubados e seis furtados.
Após assembleia realizada entre líderes do movimento e PMs em Salvador,
Prisco afirmou que a categoria conseguiu um aumento de 25% no soldo
(remuneração específica dos policiais) para o administrativo da PM; de
45% para o operacional e de 60% para motoristas. Também foi aprovada a
extinção do Código de Ética, nova discussão sobre o plano de carreira e
fim do curso de cabo.
"Os benefícios conseguidos hoje são para ativos e inativos”, afirmou o
líder da PM. “Estamos indo para a governadoria para a entrega do
documento, pois, primeiro, precisávamos conversar com a categoria para
votação e depois levar o documento assinado para o governo”, afirmou.
“A prisão é arbitrária. Ele é vereador eleito, tinha que ser domiciliar
ou na Câmara de Vereadores, e não em presídio de segurança máxima. É o
que garante a Constituição. É um absurdo. Vamos convocar os policiais
para ocupar a Câmara de Vereadores”, afirmou ao G1 Fábio Brito,
vice-presidente da Aspra.
A greve foi considerada ilegal
pela Justiça da Bahia, que estipulou multa diária de R$ 50 mil. O
governo afirmou que as reivindicações das associações de policiais
grevistas "ultrapassavam o limite orçamentário do Estado".
Na quinta, a Justiça Federal determinou a suspensão imediata da paralisação, estipulou multa em R$ 1,4 milhão e bloqueou bens das associações grevistas.
Tropas do Exército reforçaram a segurança nas ruas de Salvador. Durante a madrugada de terça (15), houve uma série de saques e arrombamentos pela cidade.
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