- Consulado americano explica que, embora as autoridades do país-sede dos jogos sejam responsáveis pela segurança do evento,‘o governo dos EUA está cooperando com o governo do estado’
- Assunto é tratado reservadamente pelo secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, e por uma missão diplomática que desembarcou no Brasil
RIO - No momento em que autoridades brasileiras veem crescer a
possibilidade de greve nas polícias e diante da ameaça de protestos
violentos durante os jogos da Copa do Mundo, o governo americano
informou que passou a colaborar com o Estado do Rio na área de segurança
pública. O assunto é tratado reservadamente pelo secretário de
Segurança, José Mariano Beltrame, e por uma missão diplomática dos
Estados Unidos que desembarcou no país. Os americanos explicam a questão
como “análise e troca de informações para a Copa”. A presença de
agentes estrangeiros no Brasil ocorre num momento delicado na diplomacia
entre os dois países, depois da revelação, em
julho do ano passado, pelo GLOBO, que e-mails e telefonemas de cidadãos
e empresas brasileiras foram espionados pela NSA (Agência de Segurança
Nacional dos Estados Unidos).
Segundo explicou o Consulado dos
Estados Unidos no Rio, as autoridades do país-sede dos jogos são
responsáveis pela segurança do evento como um todo, mas “o governo dos
EUA está cooperando com o governo do Rio”. Num comunicado, o governo
americano afastou a hipótese de que exista uma preocupação especial com a
situação do Rio, lembrando que a cooperação acontece também com
autoridades de outros estados no que se refere “aos preparativos na área
de segurança para a Copa do Mundo”. Dados em poder do comitê da
organização dos jogos, da Fifa e do Ministério dos Esportes revelam que
um grande número de americanos estará no país para assistir aos jogos da
competição. Muitos chegarão ao Brasil pelo Rio, onde serão disputadas
sete partidas, todas no Maracanã: quatro na primeira fase, uma nas
oitavas de final, uma nas quartas de final e, finalmente, o jogo da
final, marcado para acontecer no dia 13 de julho. Já a seleção
americana, que está no grupo G, terá na primeira fase que disputar
partidas nas cidades de Manaus, Natal e Recife.
A Fifa divulgou em
seu site que, de acordo com a última contagem, 284.597 pessoas se
apresentaram para comprar bilhetes para a Copa do Mundo. Os torcedores
brasileiros continuam sendo os que mais solicitaram ingressos (207.649),
seguidos dos americanos (20.9810 entradas) e colombianos (5.901).
Torcedores de outros países, como Austrália (5.793), Argentina (4.648),
Inglaterra (4.262), México (3.989), Chile (3.024), França (3.325) e
Canadá (2.891) completam a relação dos dez países com mais ingressos
solicitados.
A missão diplomática dos EUA no Brasil revelou que os
funcionários do governo norte-americano estão atuando no país em
funções de apoio às autoridades locais. O escritório de segurança
diplomática do Departamento de Estado dos EUA, sob a liderança da
embaixadora e do encarregado de negócios, lidera as atividades de
segurança dos Estados Unidos no Brasil. O governo americano confirmou,
ainda, que enviou agentes de segurança diplomática para cooperar com
autoridades policiais e de segurança do país e garantiu que “este é o
procedimento padrão utilizado pelos EUA em eventos esportivos de grande
porte, como a Copa do Mundo aqui no Brasil, momento em que teremos
milhares de cidadãos norte-americanos, atletas da seleção,
patrocinadores do evento e integrantes da imprensa dos EUA por um
período longo de tempo”.
Pelo planejamento dos responsáveis pela
segurança dos jogos da Copa, um grande efetivo estará visível nas ruas.
De um total de 57 mil homens das Forças Armadas, 21 mil militares do
plano de contingência ficarão de prontidão nos quartéis, para o caso de
haver necessidade de substituir policiais em greve. Em todo o país há
previsão, ainda, do uso de mil homens das forças policiais (Polícia
Federal e polícias Civil e Militar dos estados) e 20 mil homens
contratados pela Fifa como seguranças dos estádios. Pelo menos 500 mil
pessoas credenciadas irão passar pelo crivo da Agência Brasileira de
Inteligência (Abin).
Ataques de traficantes e protestos marcados
pelas redes sociais para acontecer durante a Copa, principalmente no
Rio, elevaram o nível de preocupação da Abin e fizeram as Forças Armadas
multiplicarem o efetivo de militares que farão a segurança do evento.
Em Brasília, a Abin revelou preocupação com a segurança e com
manifestações que possam atrapalhar sobretudo a locomoção dos que querem
participar do evento.
A Força Aérea Brasileira (FAB) já anunciou
que comprou um novo drone para vigiar os estádios durante a Copa do
Mundo. Uma unidade do modelo Hermes 900, fabricado pela israelense Elbit
Systems, chegará em maio e já estará pronto para a competição, que
começa em junho, informou o chefe do Centro de Logística da Aeronáutica,
brigadeiro Ricardo Mangrich. A Aeronáutica já possui quatro modelos
menores, os Hermes 450, que são usados desde 2011 para apoiar ações nas
fronteiras, localizando áreas de narcotráfico e de contrabando durante
as operações conjuntas das Forças Armadas.
O Hermes 900 tem
autonomia de voo de até 30 horas e pode chegar a uma altitude de até 9
mil metros. O alcance do modelo, que pesa 1.180 Kg, é ilimitado, diz a
FAB. Já o Hermes 450, operado até o momento, tem autonomia de até 16
horas e chegava ao teto de 5 Km de altitude. O contrato, de US$ 8
milhões, inclui suporte logístico e garantia de um ano do equipamento. O
novo vant (veículo aéreo não tripulado), como é chamado no Brasil, terá
um sistema chamado "SkEye", que comporta um conjunto de 10 câmeras de
alta resolução que permitem a vigilância de uma região inteira,
visualizando vários alvos e posições ao mesmo tempo. Para operar o
sistema são necessárias 10 pessoas. A Aeronáutica informou que o
contrato foi assinado no dia 19 de março e será operado pelo Esquadrão
Hórus, sediado em Santa Maria (RS).
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/estados-unidos-vao-colaborar-com-seguranca-publica-durante-copa-no-rio-12129687#ixzz2yPOs0F6z
© 1996 - 2014. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.
© 1996 - 2014. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.
Nenhum comentário:
Postar um comentário