Leonardo Morais/Hoje em Dia
Segundo as investigações, uma família liderava o bando
A Polícia Federal prendeu 12 ciganos acusados de fraudar a Previdência
Social em mais de R$ 2 milhões. As fraudes vinham sendo cometidas desde
2003 com base em certidões de nascimento tardias feitas em cartórios de
vários estados brasileiros e pode ter gerado mais de 80 benefícios
irregulares. Somente nessa quinta-feira (10), o INSS suspendeu 56 deles.
Uma família liderava o bando.
As investigações que resultaram na "Operação Gipsy Bandit" ou “Ciganos
Criminosos”, começaram após abordagem de rotina, em outubro de 2012, em
Maraju, quando dois integrantes da quadrilha foram presos com mais de
100 documentos falsos em um veículo. Após análise dos documentos,
verificou-se que muitos eram beneficiários do INSS, alguns concedidos
pela agência de Almenara, no Vale do Jequitinhonha.
Em fevereiro de 2013, a Polícia Federal de Valadares entrou no caso e
juntamente com a Superintendência da Previdência Social descobriu a
organização criminosa familiar. O grupo de ciganos era formado por um
casal, os cinco filhos, a esposa de um deles e outros quatro homens,
todos presos ontem em Salvador e Sergipe. Somente a matriarca da família
recebia 14 benefícios, todos com documentos diferentes, cada um no
valor de um salário mínimo. Um dos filhos era o líder do bando que
morava em casas alugadas.
A localização dos investigados que passaram por quase dez estados,
entre eles Mato Grosso e Rio Grande do Norte de 2013 para cá; o intenso
uso de documentos de identidade falsos, a forma de atuação e provar que
continuavam cometendo os crimes foram desafios para a polícia, informou o
delegado Cristiano Campidelli. Segundo ele, os ciganos aproveitaram-se
da fragilidade da lei que permite a confecção da certidão de nascimento
tardia feita mediante apresentação de duas testemunhas para ir a vários
cartórios e depois com os demais documentos feitos com as certidões, às
agencias do INSS.
“Com uma nova certidão de nascimento, o fraudador confeccionava novos
documentos como carteira de identidade, CPF, CTPS e requeria amparo
social ao idoso. Criaram dezenas de pessoas fictícias, algumas com uma
mesma foto”, explica. Menores foram utilizados para os saques. Somente
os 56 benefícios identificados até ontem ultrapassava R$ 2 milhões em
prejuízos. Com os presos foram apreendidos sete caminhonetes ano 2013 e
2014, armas e seqüestrada uma fazenda no Vale do Jequitinhonha estimada
em R$ 2 milhões.
Dez suspeitos foram presos em Lagarto (Sergipe) e dois em Camaçari
(Bahia), onde 10 mandados de busca e apreensão foram cumpridos. A
expectativa é trazê-los para a cidade de Teófilo Otoni, nos próximos 30
dias. Os acusados vão responder por estelionato previdenciário e
organização criminosa, cuja pena vai de 4 a 15 anos. As investigações
continuam para identificar outros benefícios e fraudadores.
Campidelli alerta que crimes como esse podem ser impedidos com a
implementação o número único do Registro de Identidade Civil (RIC),
cadastro biométrico no controle de registro civil e nas agências do
INSS. “Impediriam que a exemplo do que ocorre com os passaportes, uma
mesma pessoa possua mais de um documento de identificação, mais de uma
certidão de nascimento e mais de um benefício”, diz.
Fonte: http://www.hojeemdia.com.br/minas/doze-ciganos-acusados-de-fraudar-mais-de-r-2-milh-es-do-inss-s-o-presos-1.234128
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