Petrobras
Presidente faz discurso em prol da estatal e mercado reage com queda acentuada das ações
Pela culatra. Dilma Rousseff durante inauguração do navio petroleiro Dragão do Mar, em Ipojuca (PE)
PUBLICADO EM 15/04/14 - 03h00- O Tempo
Seguindo orientações do seu mentor e antecessor, Luiz Inácio Lula da
Silva, a presidente defendeu a Petrobras e disse que não vai permanecer
calada enquanto detratores, que têm interesses políticos, ferem a imagem
da estatal.
SÃO PAULO.
A presidente Dilma Rousseff saiu em defesa da Petrobras nessa segunda
e, coincidência ou não, as ações da estatal caíram ainda mais. Além
disso, o Ibovespa fechou em queda de 0,52%, aos 51.596,55 pontos,
puxado, em parte, pela baixa das ações da Petrobras. Os bancos também
ajudaram a levar o índice para baixo.
Esse foi o primeiro evento público que reuniu Dilma e a presidente da
Petrobras, Graça Foster, desde o início da onda de denúncias envolvendo a
petroleira após o jornal “O Estado de S. Paulo” revelar que Dilma deu
aval à polêmica compra da refinaria de Pasadena com base em um relatório
considerado “falho” e “incompleto” pela própria presidente.
A Petrobras ON fechou em queda de 1,60%, cotada a R$ 15,36. Petrobras
PN terminou o dia em baixa de 1,73%, cotada a R$ 15,93. Apesar de terem
operado em baixa ao longo de todo o dia, as perdas das ações ordinárias e
preferenciais da Petrobras se aprofundaram após o discurso da
presidente Dilma. Antes da fala sobre a companhia, as retrações estavam
em torno de 0,40%.
“Defenderei em qualquer circunstância e com todas as minhas forças a
Petrobras. Não transigirei em combater qualquer ação criminosa, tráfico
de influência, ou ilícito de qualquer espécie”, disse a presidente.
Segundo Dilma, as avaliações sobre a recente queda de valor de mercado
da Petrobras distorcem dados e manipulam análises, transformando
eventuais problemas conjunturais de mercado em fatos irreversíveis e
definitivos. “Defenderei em quaisquer circunstâncias e com todas as
minhas forças a Petrobras”, afirmou.
Ela acrescentou que a produção da estatal vem crescendo nos últimos
anos e que a empresa é a que mais investe no Brasil. A presidente
lembrou que em 2003, no início do governo Lula, a Petrobras valia no
mercado R$ 15,5 bilhões, e hoje, mesmo com problemas, vale R$ 98
bilhões.
Dilma também falou que os órgãos de fiscalização e controle, como o
Tribunal de Contas da União, o Ministério Público Federal, a Polícia
Federal e a Controladoria Geral da União estão sempre atentos para
exercer suas funções. “O que tiver de ser apurado será apurado com
rigor”, comentou. Ela mencionou que a auditoria da Petrobras, o programa
de prevenção à corrupção da empresa e as comissões de apuração “são os
mais eficazes mecanismos de controle e fiscalização internos”.
Apoio
Pedido. A
presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, encerrou seu discurso
no evento com um pedido de apoio dos empregados: “Nesse momento preciso
muito da energia de todos vocês”.
Deputado pediu ajuda para Costa
Brasília. Um dos integrantes da cúpula da Câmara, o deputado
Simão Sessim (PP-RJ) chegou a pedir uma “valiosa ajuda” para Paulo
Roberto Costa, pivô da operação Lava Jato que está preso.
Sessim, que é segundo secretário da Mesa Diretora da Câmara, pediu que
uma firma indicada por ele obtivesse contratos com “grandes empresas” e
na Petrobras. Em e-mail apreendido na casa de Costa, Sessim pede a ele
sua “valiosa ajuda para a empresa NIL Locações Ltda que pertence a um
amigo.”
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