domingo, 16 de junho de 2013

Verba para creche é ignorada por várias prefeituras mineiras

16/06/2013 07:39 - Atualizado em 16/06/2013 07:39

Renato Fonseca - Hoje em Dia

Carlos Rienck/Hoje em Dia
Maria Dalva adora cuidar da neta Rayanne, de 2 anos, mas fica sem tempo para cuidar da saúde
Creches_Carlos Rhienk_Hoje em Dia Assegurado pela Constituição Federal e reafirmado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), o acesso de crianças a creches e escolas infantis da rede pública ainda não é prioridade de governo para alguns prefeitos de Minas Gerais. A omissão das administrações de 29 municípios levou à perda de verba federal destinada à construção de 56 instituições neste ano.
O recurso do programa nacional Pró-Infância seria suficiente para atender, no mínimo, 6 mil novos alunos no Estado. Para absorver a demanda reprimida no território mineiro, levantamento feito pelo Ministério da Educação (MEC) indicou a necessidade imediata de se erguer escolas em 114 cidades. Às prefeituras caberia, apenas, oferecer o terreno.
Até o mobiliário das escolas seria fornecido pela União. Porém, o prazo para enviar a documentação – o processo estava em andamento desde 2012 com todos os locais já definidos – expirou em 31 de maio. 
Amarga
Santa Luzia, na Grande BH, lidera, com folga, a lista de municípios que ignoraram o recurso. A cidade estava habilitada para receber nove creches, capazes de atender pelo menos 780 crianças. Até mesmo os lotes para abrigar as escolas já tinham sido definidos.
Uma das instituições deveria ter sido erguida no bairro Frimisa. Lá, não é difícil encontrar mães que precisam do serviço gratuito. Aos 62 anos e com a saúde debilitada, a dona de casa Maria Dalva Augusta dos Santos é responsável por olhar a neta Rayanne, de 2 anos, todos os dias. A mãe da menina, a empregada doméstica Adriana dos Santos, trabalha fora para manter a casa onde moram as três.
“Adoro ficar com a minha neta. Acompanhar o crescimento dela é muito bom, mas acho que ela só teria a ganhar se já estivesse matriculada em uma creche”, disse Maria Dalva. Segundo ela, a família já tentou uma vaga inúmeras vezes, mas nunca conseguiu.
O mesmo drama vive a dona de casa Viviane de Oliveira, de 24 anos e mãe de quatro filhos. Apenas a mais nova, Daniele, de 1 ano, está em uma creche. Não há local para deixar o pequeno Mateus, de 3, que fica em casa o dia inteiro. As outras duas filhas, Gisele, de 7, e Isabela, de 6, estudam.

Nenhum comentário: