12/06/2013 06:25 - Atualizado em 12/06/2013 06:25
Foto da página 19 da edição de terça-feira 911) deste jornal mostra
pneus queimando diante do “pirulito” da Praça 7 e, em primeiro plano,
manifestantes que pararam por mais de uma hora o trânsito no
entroncamento das duas principais avenidas de Belo Horizonte, segurando
uma faixa com os dizeres: “Queremos uma polícia forte, valorizada e
respeitada”.
Será assim, tumultuando o trânsito no centro da capital do Estado e
atrapalhando a vida de milhares de cidadãos, que a Polícia Civil mineira
se tornará forte, valorizada e respeitada?
A resposta é óbvia.
Esse tipo de comportamento parece indicar, ainda, que não basta que o
governo atenda às reivindicações dos policiais por maiores salários e
boas condições de trabalho, para que a polícia se torne melhor.
Pois o que se observa nesse tipo de atitude é que falta ao policial que
assim se manifesta algo fundamental à vida em comunidade, que é o
respeito ao direito dos outros. Um policial que menospreza o direito de
ir e vir do cidadão, a título de reivindicar questões de interesse
pessoal, está fadado a nunca ser respeitado. E sem o respeito público,
não há polícia forte e valorizada.
Não se discute aqui se são justas ou não as reivindicações dos que na
segunda-feira decidiram, em assembleia, paralisar 70% das atividades
policiais no Estado, enquanto elas não forem atendidas pelo governo. Nem
está em questão, por enquanto, se o governo e o contribuinte – que é
quem, com seus impostos, paga o salário de todos os servidores públicos,
incluindo o do governador – estão em condições de atender às
reivindicações desse segmento armado do funcionalismo.
São muitas as demandas por melhores salários e condições de trabalho
não só de policiais civis e militares, mas também de professores,
médicos, enfermeiros – enfim, de todos os funcionários estaduais. Ao
mesmo tempo, o governo precisa manter a máquina pública funcionando e
cuidar para que sobre um pouco dos impostos arrecadados para investir em
infraestrutura, escolas, hospitais, penitenciárias e tudo mais que a
sociedade necessita para ter, ela própria, melhores condições de vida.
É necessário um mínimo de bom-senso na hora de apresentar uma
reivindicação, e isso, flagrantemente, faltou a uma parcela da Polícia
Civil. Não havia necessidade de tumultuar o centro da cidade para chamar
a atenção da comunidade para sua causa. A própria greve decidida em
assembleia durante a manhã se encarregaria disso.
Fonte: http://www.hojeemdia.com.br/um-inutil-ato-de-forca-da-policia-civil-1.134011
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