segunda-feira, 17 de junho de 2013

Saúde, educação, juros, impostos e inflação tiram sono da presidente Dilma

17/06/2013 07:11 - Atualizado em 17/06/2013 07:11

Patrícia Scofield - Hoje em Dia


Tasso Marcelo/AFP
Saúde, educação, juros, impostos e inflação tiram sono da presidente Dilma
A presidente Dilma Rousseff e o governador do Rio, Sérgio Cabral
Embora ainda favorita na corrida eleitoral de 2014, no cenário de disputa nas urnas com o senador Aécio Neves (PSDB), o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e a ex-senadora Marina Silva (Rede), a presidente Dilma Rousseff (PT) percebeu, na última semana, um verdadeiro “tombo” nos índices de sua popularidade, que colocaram em evidência algumas pedras no sapato da petista. Até então, ela vinha comemorando recordes históricos de aprovação.
Pesquisas da CNT/MDA e Datafolha, divulgadas, respectivamente, nos dias 11 e 8 de junho, indicaram a avaliação positiva do governo em queda de 56,6% para 54,2%, no primeiro estudo citado, e de redução de 65% para 57%, no segundo – nesse, uma queda fora da margem de erro.
Alta da inflação dos alimentos, os boatos sobre o fim do Programa Bolsa Família, e a seca no Nordeste, que refletiram também na queda do otimismo do brasileiro em relação aos indicadores econômicos e sociais para os próximos seis meses, foram algumas das dores de cabeça reveladas nas pesquisas.
Calos
Desde a primeira pesquisa de avaliação do governo Dilma, em 2011, até este mês, de acordo com levantamento feito pelo Hoje em Dia, as áreas que teriam “tirado o sono” do governo foram a saúde pública, os impostos e a segurança, em geral, mal avaliados pelos entrevistados.
A inflação e o temor do desemprego passaram a influenciar e despontam entre as preocupações dos brasileiros apenas a partir de 14 dezembro de 2012, conforme foi apontado por pesquisa da CNI. Nessa mesma pesquisa, a presidente teve recorde de aprovação de 62%, mostrando que o governo teria conseguido se desvincular de escândalos como o mensalão e a operação Porto Seguro, da Polícia Federal, que teve início em novembro.
No início do governo da presidente, no ano de 2011, a primeira pesquisa de opinião feita pelo Datafolha, publicada no dia 20 de março, mostrou que o índice de popularidade foi igual ao do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: 47%. Bem como Lula, a petista teve a maior taxa de aprovação, de 50%, no Nordeste, conquistado pelo PT pelo Bolsa Família.
Juros
No entanto, quase quatro meses depois, ao mesmo tempo em que as políticas sociais do governo foram bem avaliadas, cresceu também a desaprovação com a política de juros, em um salto de 20 pontos percentuais, segundo pesquisa CNI/Ibope. No comparativo entre as pesquisas do Ibope de março e julho, a aprovação caiu de 43% para 29%.
A petista assumiu uma administração marcada pelo inchaço, que passou de 24 ministérios, em 2002, no primeiro governo Lula, para os atuais 39, com a recém-criada Secretaria da Micro e Pequena Empresa e Economia Solidária, com status de ministério. O custo estimado para manter as pastas – estrutura e o pagamento dos funcionários – é de cerca de R$ 58,4 bilhões por ano, conforme previsto no Orçamento Geral da União de 2013. O valor é mais que o dobro do previsto para o Bolsa Família até dezembro, calculado em R$ 24,9 bilhões.

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