Após ser acusada de agir com extrema violência e de infringir regras, a
Polícia Militar irá conceder coletiva de imprensa sobre a atuação de
integrantes da corporação durante os protestos que foram realizados em
Belo Horizonte, nesta segunda-feira (17).
Em meio à confusão que marcou as manifestações motivadas pela luta em
prol da redução do preço das passagens de ônibus em todo o Brasil, entre
outras reivindicações, várias acusações contra a PM foram feitas pelos
manifestantes e jornalistas que cobriram os atos.
Segundo denúncias ouvidas pelos profissionais da imprensa, os policiais
militares, principalmente, lotados no Batalhão de Choque, agiram com
violência extremamente desnecessária e ainda teriam infringido regras.
Ainda de acordo com os denunciantes, a todo momento, os policiais
"partiram para cima deles", impediram o acesso a certos locais e ainda
fizeram revistas não permitidas.
Além disso, durante o protesto, que começou na Praça 7, no centro da
capital mineira, manifestantes foram barrados pelos policiais por três
vezes e, durante esses momentos, vários tiros de borracha foram
disparados contra os protestantes. Bombas de gás lacrimogênio também
foram lançadas na direção da multidão, que gritava a todo momento que
não queria violência. Em meio à essa confusão, algumas pessoas, entre
elas manifestantes, professores e jornalistas, ficaram feridas.
Entre as vítimas, está um jovem de 18 anos, que caiu do Viaduto José de
Alencar, após o grupo ter sido encurralado. Gustavo Magalhães Justino
foi socorrido por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
(SAMU) e levado para o Hospital Risoleta Neves, em Venda Nova. O jovem
não corre risco de morte, e de acordo com a Polícia Militar, não
participou da manifestação e foi empurrado pelos participantes do
protesto. Pouco tempo depois, uma mulher também caiu de uma trincheira,
localizada na avenida Antônio Carlos, e também foi amparada por agentes
do Samu.
Ainda durante o confronto entre protestantes e militares, alguns
manifestantes chegaram a jogar pedras contra os policiais, que revidaram
com mais bombas e balas de borracha. Uma densa fumaça tomou conta da
região da Pampulha, onde, nesta segunda, foi realizado o jogo entre
Taiti e Nigéria, no Mineirão. A partida marcou a estreia de Belo
Horizonte na Copa das Confederações.
Presente nos protestos em Belo Horizonte, o estudante Guilherme
Ribeiro, de 19 anos, afirmou que os movimentos realizados são
apartidários e que não são apenas pelo passe livre, mas também contra a
PEC 37 e outros movimentos. "Sinto que estou fazendo história, vendo o
povo sendo mobilizado. Os manifestantes cantam, gritam palavras de ordem
em ação pacífica na Praça 7. Ao saber sobre a invasão do Congresso, em
Brasília, Guilherme disse que o Congresso não não foi invadido, mas
devolvido ao povo.
Versão da polícia
Em contato com o major Gilmar Luciano dos Santos, chefe da Sala de Imprensa da PM, a reportagem do Hoje em Dia
foi informada que, em momento algum, os policiais agiram com violência
desnecessária e que a polícia foi obrigada a conter a multidão. "A
confusão ocorreu apenas depois que o grupo de manifestantes invadiu uma
das portarias da UFMG e, de forma violenta, agrediu um porteiro da
instituição", afirma o major.
Ainda de acordo com Gilmar Luciano dos Santos, assim que os policiais
tentaram conter os protestantes, eles também foram agredidos. No
entanto, a versão da polícia foi negada por jornalistas que estavam no
local na hora do ocorrido.
Questionado sobre a versão presenciada pela imprensa, o major garantiu
que, nesta terça-feira (18), quando as imagens das câmeras de segurança
da UFMG, de bancos e lojas que tiveram os vidros quebrados no confronto
forem divulgadas, todos terão certeza de que a polícia agiu em legítima
defesa.
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