quinta-feira, 13 de junho de 2013

Polícia infiltra agentes em protestos e rastreia web para achar manifestantes

13/06/2013 06h14 - Atualizado em 13/06/2013 06h14

Imagens de câmeras de segurança e TV também são analisadas em SP.
3º dia de protesto teve vandalismo; novo ato está marcado para esta quinta.

Kleber Tomaz Do G1 São Paulo
Manifestações contra o aumento da tarifa têm
ocorrido em SP (Foto: JF Diorio/Estadão Conteúdo)
Manifestação contra o aumento da tarifa segue pela ligação Leste-Oeste acompanhada pela polícia. (Foto: JF Diorio/Estadão Conteúdo) A Polícia Civil de São Paulo decidiu infiltrar investigadores nos protestos contra o aumento de tarifas do transporte urbano e rastrear a web para tentar identificar os manifestantes que depredaram e incendiaram ônibus e estações de Metrô na capital. O G1 apurou que ao menos 30 manifestantes já foram identificados. Eles poderão ser responsabilizados pelos danos causados ao patrimônio público e privado e também serem enquadrados no crime de formação de quadrilha.
A identificação dos manifestantes suspeitos de vandalismo é feita com informações de policiais disfarçados nos protestos e por meio do rastreamento pela internet das páginas dos movimentos envolvidos nos atos. Pessoas que estão postando mensagens em redes sociais incitando o quebra-quebra também poderão responder por apologia ao crime. O Movimento Passe Livre (MPL) tem organizado os protestos pela web. Nesta quinta-feira (13), é prevista a quarta passeata em menos de uma semana. A concentração deverá ser feita às 17h na frente do Teatro Municipal, na região central.
Os protestos das últimas quinta (6) e sexta-feira (7) e o de terça-feira (11) deixaram um rastro de destruição na região da Avenida Paulista e no Centro da cidade. De acordo com a 1ª Delegacia Seccional, 27 manifestantes foram detidos no período. Dez foram acusados de danos e formação de quadrilha.
“Estamos infiltrando policiais nos protestos e rastreando a web para identificar os manifestantes que cometeram vandalismo”, diz o delegado-assistente da seccional, Luis Francisco Segantin Jr., que também é responsável pelo setor de inteligência da delegacia.
“As pessoas serão identificadas para serem responsabilizadas”, afirma Segantin Jr., que também analisa imagens gravadas por câmeras de segurança e emissoras de TV para identificar os manifestantes.
Nas ocorrências registradas pelo 78º Distrito Policial, nos Jardins, e pelo 1º DP, na Sé, foram presos professores, estudantes, jornalistas, publicitário, metalúrgico, editor, artista, autônomo e desempregada entre as 13 pessoas que continuavam detidas na tarde de quarta. Eles são acusados de cometer danos a patrimônio e formação de quadrilha. Somadas, as penas desses crimes superam quatro anos de prisão. Nesse caso, somente a Justiça pode arbitrar fiança para que os indiciados sejam soltos.
Cerca de 5 mil manifestantes participaram do último protesto, segundo a PM. O movimento contabilizou 20 mil.

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