28/06/2013 07:18 - Atualizado em 28/06/2013 07:18
Flávio Tavares/Hoje em Dia
Vândalos promoveram o caos na Avenida Antônio Carlos
Vândalos responsáveis por depredar e atear fogo ao patrimônio público e
particular durante o protesto da última quarta-feira, em Belo
Horizonte, poderão ser enquadrados nos crimes de formação de quadrilha
ou de milícia. Essa é a única alternativa para evitar a impunidade dos
baderneiros, já que, individualmente, a maioria cometeu delitos de menor
potencial ofensivo, como dano a propriedades.
A informação é do secretário de Estado de Defesa Social (Seds), Rômulo
Ferraz. Segundo ele, a pasta analisa, em conjunto com o Ministério
Público Estadual (MPE), imagens geradas por circuitos internos de
segurança, por equipes de TV e pela própria polícia, que tinha militares
à paisana durante o embate na Pampulha.
Após a identificação dos suspeitos, inquéritos serão instaurados pela
Polícia Civil, e a punição ficará a cargo da Justiça. A pena máxima é de
oito anos, mas pode dobrar se comprovado que o bando estava armado.
“Percebemos claramente que eles atuaram juntos. Se prepararam com
antecedência para um confronto organizado”, afirmou Rômulo Ferraz.
No último confronto, nas avenidas Antônio Carlos e Abrahão Caram, 109
pessoas foram detidas, entre adultos e adolescentes. Apenas 26 tiveram
prisão em flagrante decretada e permanecem encarcerados. Os demais foram
ouvidos e liberados por terem praticado crimes de menor potencial
ofensivo.
Atuação da Politica
A atuação da Polícia Militar durante o confronto de quarta-feira divide
opiniões. Na análise do sociólogo e especialista em segurança pública
Luiz Flávio Sapori, a estratégia de instalar uma barreira física, com
grades, sem a presença de militares, foi equivocada.
“A via ficou completamente abandonada. Deveriam ter feito um
patrulhamento preventivo e ostensivo”, avalia. Por outro lado, o coronel
Severo Augusto – reformado e ex-chefe do Comando de Policiamento da
Capital (CPC) –, trata a postura como correta. Para ele, os militares
evitaram um dano maior com o confronto direto e cumpriram o que foi
determinado anteriormente.
Para o comandante-geral da Polícia Militar de Minas Gerais, Márcio
Sant’Ana, a corporação teve dificuldade para atuar de forma ostensiva
devido à grande movimentação de manifestantes pacíficos, que não estavam
envolvidos nas ações de vandalismo no local. “Uma ação mais brusca
causaria pânico. Nós evitamos uma provável catástrofe, pois havia muitas
pessoas em cima do viaduto, por exemplo”, disse.
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