19/06/2013 20:15 - Atualizado em 19/06/2013 20:15
Um documento que pode comprovar que a Polícia Militar de Minas Gerais
foi orientada a deixar vândalos livres durante os protestos realizados
na região central de Belo Horizonte na noite dessa terça-feira (18) foi
divulgado na internet. A publicação foi feita nas redes sociais e,
rapidamente, foi compartilhada.
O material é um registro de chamada da polícia, em que abaixo da
anotação da ação dos vândalo na agência do Banco do Itaú localizada na
rua Vinte e um de Abril, no Centro, há uma mensagem de que o comandante
do 1º Batalhão, tenente-coronel Baião, ordenou a não intervenção na
manifestação até que outra ordem fosse dada. A instituição financeira
que foi citada no documento foi invadida por três homens nessa terça e o
trio tentou furtar vários móveis e outros objetos do local.
Além desse banco, uma agência do Banco do Brasil da Afonso Pena e uma
loja da Vivo instaladas na mesma região também foram alvo de outros nove
criminosos, que quebraram vitrines, atearam fogo e ainda tentaram
furtar esses locais. Outros jovens também mudaram o foco dos protestos
dessa terça ao jogarem pedras e até cuspirem no prédio da Prefeitura de
Belo Horizonte. Assim como, o relógio instalado na Praça da Liberdade
para fazer a contagem regressiva para a Copa foi quebrado e as
instalações do Museu da Vale bastante danificadas.
Em entrevista à repórter Laura Lima, da TV Alterosa, nesta quarta-feira
(19), o tenente-coronel Alberto Luiz, chefe da comunicação da Polícia
Militar, foi questionado sobre o vazamento do documento, mas afirmou
desconhecer a existência do mesmo. A única explicação dada sobre a
demora da aturação da polícia no ato dessa terça foi que os policiais
acompanhavam os casos por meio de um sistema de videomonitoramento e,
por isso, levaram mais tempo para acionar o Batalhão de Choque.
Apesar da demora de atendimento, os policiais conseguiram prender doze
responsáveis pelas cenas de depredação no centro da capital mineira.
Desses homens conduzidos pela polícia, 80% tem passagem pela polícia,
segundo o chefe do 1º Departamento de Polícia Civil, Anderson Alcântara.
O perfil dos outros 20% dos conduzidos ainda está sendo analisado pelas
polícias. Os principais crimes já cometidos pelo detidos são furto,
roubo e tráfico de drogas.
Advogados organizam representação contra o governador Anastasia
Alguns advogados mineiros estão estudando a possibilidade de entrar com
uma representação junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o
governador de Minas, Antonio Anastasia. Segundo o advogado Marco Aurélio
Corrêa, a ação contra o Estado deverá ser por omissão.
De acordo com o defensor, o governo foi omisso no caso dos policiais
que negligenciaram socorro a um jovem que caiu de um viaduto na última
segunda-feira (17). Além disso, a Polícia Militar não impediu as
depredações na Praça 7 nessa terça-feira (18). "A ação será contra o
Anastasia porque ele é o chefe da Polícia Civil e da PM", afirmou.
Ainda conforme o advogado, na manifestação da última segunda-feira a
polícia utilizou um "planejamento militar estratégico". "Eles fizeram um
cerco e atacaram covardemente onde não tinha rota de fuga para os
manifestantes", denunciou.
A iniciativa é de um grupo de advogados criminalistas que inscritos no
cadastro desenvolvido por Marco Aurélio na internet. O objetivo é formar
um banco de de defensores interessados em impetrar pedidos de habeas
corpus em favor de manifestantes detidos durante os protestos na capital
mineira.
Facebook/Reprodução
Material é um registro de chamada da polícia
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