Grupo de Trabalho vai investigar dentro dos quartéis?
Na sexta passada foi publicada uma resolução da Secretaria de Direitos Humanos que determinou a criação de um grupo de trabalho
para apurar casos de maus-tratos e torturas dentro de unidades
militares. O GT foi criado em resposta às exigências da Comissão
Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) que, em 1990, analisou a morte
de Márcio Lapoente da Silveira, de 18 anos, durante um treinamento na
Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende. Em entrevista à Folha, a
mãe do jovem,
Carmem Lúcia Lapoente da Silveira, aponta a dificuldade de se obter
depoimento sobre os crimes. “O único caso que foi adiante e virou
processo com condenação foi o do meu filho. É muito difícil encontrar
pessoas dispostas a denunciar e prestar depoimento”, afirma Carmem
Lúcia.
A questão tem dois lados, nos últimos
anos temos percebido que gradualmente os casos de abuso de autoridade e
excessivo rigor praticado dentro dos quartéis, se levados ao Ministério
Público, tem sido devidamente apurados, geralmente os mais graves, onde
há vítimas fatais. Porém, alguns acreditam que a justiça militar não tem
isenção suficiente para tais apurações e é fato que os próprios
militares temem ainda realizar denúncias e sofrer sanções dentro das
instituições. E aí uma grande questão, pergunta-se: A Justiça Militar,
composta em grande parte por militares das mais altas graduações das
forças armadas, vai julgar com isenção? Vai, se for necessário, colocar
na cadeia um oficial General, e consequentemente admitir publicamente
que dentro das forças armadas ocorrem ainda abusos desse tipo?
Inicialmente o grupo de trabalho vai investigar 23 denuncias de maus tratos dentro dos quartéis, O governo
federal vai investigar 23 denúncias de violações de direitos humanos em
instalações das Forças Armadas envolvendo, principalmente, cadetes e
soldados. Resolução da Secretaria de Direitos Humanos, publicada hoje no
“Diário Oficial da União”, determinou a criação de um grupo de trabalho
para apurar casos de maus-tratos e torturas dentro de unidades
militares.
Assinada pela ministra Maria do
Rosário (Direitos Humanos), a resolução é de 5 de abril e demorou mais
de dois meses para ser publicada. As 23 denúncias fazem parte de
levantamento do Grupo Tortura Nunca Mais do Rio
de Janeiro, que selecionou casos a partir da década de 1990. Segundo
relatório encaminhado em 2001 à ONU (Organização das Nações Unidas), 20
casos teriam ocorrido no Rio e os demais no Amapá, São Paulo e Rio
Grande do Sul.
Oficiais da reserva tem reclamado da criação do referido grupo de trabalho e um deles, o General Valmir Fonseca Azevedo Pereira, chegou a dizer que se estivesse na ativa pediria demissão: “Meu
único consolo é que já estou na Reserva; se na Ativa, melhor seria
pedir as contas. Não ficaria surpreso, se diante de tantos descalabros,
alguém pedisse demissão”.
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