A Fifa (Federação Internacional de
Futebol) já informou a seus parceiros comerciais, incluindo
patrocinadores, que o governo brasileiro poderá usar as Forças Armadas
para conter excessos de manifestantes na onda de protestos em
cidades-sede de jogos da Copa das Confederações.
Em conversas durante a semana sobre medidas de segurança com representantes de patrocinadores e outras empresas envolvidas com a Copa das Confederações, o secretário-geral
da entidade, Jerome Valcke, disse ter recebido do governo garantias de
que as Forças Armadas estarão à disposição para reforçar a segurança e aliviar o clima de incerteza que envolveu a competição.
Se o discurso feito na noite de
sexta-feira pela presidente Dilma Rousseff deu pistas de que um
endurecimento do aparato de segurança está nos planos para conter saques
e depredações, o UOL Esporte apurou que a Fifa
já tinha recebido o aval de Dilma horas antes, tendo inclusive pedido a
seus parceiros que “preparem o espírito” de funcionários e convidados
para uma segurança mais ostensiva em entornos de estádios e hotéis. A
entidade enfim conseguiu passar para o governo brasileiro um pouco da
pressão que vem sofrendo por conta do clima tenso envolvendo alguns
estádios e partidas.
O UOL Esporte apurou junto a mais de uma fonte
ligada aos parceiros comerciais que a Fifa atendeu aos pedidos deles
para providenciar escolta no traslado de ônibus de convidados para os
jogos da Copa das Confederações deste sábado, incluindo Brasil x Itália,
em Salvador. Além disso, VIPs e afins encontrarão os portões dos
estádios abertos uma hora mais cedo para evitar um possível fogo-cruzado
entre manifestantes e policiais,
Belo Horizonte, onde já há prontidão do exército para auxiliar na
segurança, é uma das cidades que preocuparam os parceiros da Fifa depois
da intensificação dos protestos. Por ser uma das sedes de uma das
semifinais, a cidade deverá ter grande presença de convidados para os
pacotes de hospitalidade corporativa.
Nos últimos dias, a Fifa se viu alvo de muitas críticas depois de os protestos respingarem na Copa das Confederações. Patrocinadores
se incomodaram com a perda de espaço do torneio na mídia nacional e
internacional em meio às imagens de confrontos e os relatos de convidados sendo intimidados a caminho de estádios deixaram preocupadas as empresas que usam camarotes e mimos como parte de suas operações de marketing e relacionamento com clientes.
Os patrocinadores também relatam casos
de vandalismo, como a destruição do Terreirão, espaço no centro do Rio
de Janeiro preparado pela Coca-Cola para ativações de marca, e o UOL Esporte apurou
que funcionários a serviço das empresas estão de deslocando à paisana,
com medo de ataques por parte do público. Patrocinadores e empresas
prestadoras de serviço contrataram pessoal extra para cuidar da
segurança de convidados e contrataram mesmo serviços na área de
inteligência para criar planos alternativos de acesso.
Valcke reiterou a parceiros que não há
possibilidade da Fifa suspender a Copa das Confederações e que problemas
relatados foram uma minoria nas oito partidas do torneio realizadas até
agora. Mas
problemas como o ataque ao hotel da Fifa em Salvador fizeram com que
convidados tenham desistido de viajar para a cidade para acompanhar
Brasil x Itália.
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