quarta-feira, 12 de junho de 2013

Chefe da Polícia Civil diz que greve da categoria "não existe"

Wesley Gonçalves (*) - Hoje em Dia


Leonardo Morais /Hoje em Dia/Arquivo
Chefe da Polícia Civil diz que greve da categoria "não existe" Cylton Brandão
Cylton Brandão, Chefe da Polícia Civil, disse que os serviços não foram prejudicados

A greve dos servidores da Polícia Civil em Minas Gerais foi pauta de reunião da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), nessa terça-feira (11).
Os deputados Lafayette de Andrada (PSDB), Leonardo Moreira (PSDB), Cabo Júlio (PMDB) e João Leite (PSDB) se mostraram surpresos com o movimento já que a ALMG está em constante diálogo com o movimento grevista no intuito de encontrar uma solução para o impasse.
Em Montes Claros, Norte de Minas, para uma reunião estratégica da metodologia de Integração da Gestão em Segurança Pública – (IGESP), da 11ª Região Integrada de Segurança Pública, o chefe da Polícia Civil de Minas Gerais, Cylton Brandão da Matta disse desconhecer o motivo da situação de greve na PC já que todos os pontos estão sendo avaliados pela ALMG e pelo Governo do Estado.
“Desconheço essa greve. Os serviços estão acontecendo. Não há como fazer um balanço da greve se ela não existe. Estamos reavaliando os pontos da Lei orgânica e certamente vamos chegar a um consenso, já que investimentos da ordem de R$ 160 milhões estão sendo disponibilizados para equipar a polícia civil, além de realizar concurso público para investigadores, uma antiga reivindicação da categoria”, informou.
Em Belo Horizonte, a greve foi tomada durante assembleia, realizada no dia 24 de maio passado.
Os policiais civis exigem que o projeto seja trocado pelo substitutivo feito em 2011 pelas entidades de classe.
Em Montes Claros, segundo o diretor regional do sindicato dos servidores da Policia Civil de Minas Gerais (Sindpol), Emerson Mota Rocha, existem 140 servidores entre delegados, investigadores, escrivães e médicos legistas e 70% já aderiu ao movimento grevista.
Em nota
Apesar da aderência de boa parte dos policiais civis a greve, a assessoria do órgão divulgou uma nota oficial dizendo que a produtividade da entidade não caiu e se manteve dentro do padrão considerado por eles normal. Conforme levantamento, no primeiro dia de paralisação foram realizados 2.127 procedimentos, número a mais que os 1.809 feitos na sexta-feira (7), quando os servidores ainda estavam seguindo a escala de trabalho. Estes procedimentos se referem aos Termos Circunstanciados de Ocorrência (TCO), autos de prisão em flagrante, cumprimento de mandados de busca e apreensão, além de ocorrências envolvendo o setor de transportes, expedição de carteiras de identidade e registro de boletins.
A assessoria ainda revelou que acha "estranho" um dos sindicatos "radicalizar" o processo de discussão sobre a nova Lei Orgânica, mesmo depois que o Governo do Estado tenha "assegurada a disposição de acatar propostas de ajustes ao projeto de lei em tramitação na Assembleia Legislativa". Segundo a mesma, sindicatos e associações representativas dos delegados, escrivães, peritos e investigadores ficaram de apresentar, ainda nesta semana, os ajustes que deverão ser analisados pelos deputados estaduais.
Somente 30% restantes estarão trabalhando em regime de escala mínima, para atender flagrantes, diligências e o IML.
Emerson Mota conta que serviços como emissão de Carteira Nacional de Habilitação (CNH), registro de documento de veículos, vistorias de veículos, emissão de Carteira de Identidade e investigações dos casos que estão nas delegacias estão suspensos.
“Somente as investigações de flagrantes é que serão feitas. As demais estão todas paralisadas até que o Governo do Estado atenda as exigências da categoria”, disse.
O diretor explicou, ainda, que em 2011 a Lei Orgânica proposta pelo governo é insuficiente para atender as demandas dos servidores da PC que trata do plano de carreira da corporação.
“O aumento do efetivo se faz necessário. Em Montes Claros trabalhamos com menos da metade do efetivo necessário. O ideal seriam 450 servidores, de acordo com estudo feito pelo próprio Estado em 2010. E hoje temos apenas 140 para atender a demanda que cresce diariamente. Sem contar o sucateamento e as condições de trabalho que não são as ideais”, conta.
Eles pedem, também, a equiparação do salário da base a um terço do salário de delegado geral grau B, a reestruturação das carreiras administrativas, concurso público para nomeação de mais investigadores.
Na cidade uma nova reunião da categoria está agendada para a próxima segunda-feira (17) para avaliar os avanços da greve na cidade.
Já em Belo Horizonte, segundo informou Cylton Brandão, uma reunião está agendada para a próxima quinta-feira (13) entre representantes do Sindpol e do Governo de Minas para ajuste do Projeto da Lei Orgânica.
O chefe da Polícia Civil disse, também, que espera que o bom senso possa prevalecer, já que o projeto da Lei Orgânica, em tramitação na Assembleia Legislativa, é uma reivindicação de mais de 40 anos dos policiais e promove uma série de avanços para Instituição, valorizando todas as carreiras, além de realizar concurso público para carreira de investigador.
Cylton Brandão não soube mensurar quantas cidades no Estado aderiram a paralisação.
Apenas informou que tem conhecimento de movimento grevista em Belo Horizonte, Montes Claros, Brasília de Minas e São Francisco.
(*) Jefferson Delbem

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