quarta-feira, 19 de junho de 2013

Até polícia pode participar de protestos em Fortaleza

Enquanto em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília manifestantes têm sofrido com a repressão das forças de segurança e em Belo Horizonte as pessoas chegam a ser proibidas pela Justiça de protestar, em Fortaleza a própria polícia pode se juntar à população civil na rua.
Seguindo a onda de revolta pelo país, uma nova ação está marcada para a próxima quarta-feira (Hoje), dia do segundo jogo da seleção brasileira na Copa das Confederações, contra o México, na capital cearense.
A manifestação surgiu de um evento do facebook criado por estudantes. E a polícia militar pode aproveitar o momento para reivindicar direitos que têm sido cobrados do governo estadual há alguns anos.
A polícia cearense entrou em greve por seis dias entre o final de 2011 e o início do ano seguinte e a paralisação foi encerrada mediante um acordo com o governo que envolvia oito pontos: a incorporação de gratificação de R$ 920 a policiais aposentados, auxílio alimentação de R$ 220, anistia administrativa aos policiais que participaram da greve, diminuição da carga horária semanal de 96 horas para até 42 horas, hora extra, mudança no código de ética e aumento salarial.
Segundo Capitão Vágner, capitão da polícia militar e eleito vereador de Fortaleza em 2012 pelo PR – Partido da República – com o maior número de votos da história do município – 43.655 -, apenas as três primeiras reivindicações foram atendidas.
“A categoria está insatisfeita. Fortaleza não se preparou para a Copa. Por isso mesmo aprovamos que em dias de jogos seja feriado na cidade. Os índices de violência são piores do que em São Paulo, aonde o número de homicídios em 2002 foi de 13 para cada 100 mil habitantes. Em Fortaleza foram 65 homicídios para cada 100 mil habitantes”, relata o Capitão Wagner.
O vereador diz que a polícia apoia o protesto marcado para a próxima quarta-feira, em Fortaleza. “A manifestação será pacífica, a polícia não vai agredir. Já foi assim na semana passada, quando cerca de dez mil pessoas foram às ruas da cidade para gritar contra a violência. A polícia apoia. Quem ganha é a população.”

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