sexta-feira, 14 de junho de 2013

Apesar de liminar, sindicatos decidem manter manifestações previstas em BH

14/06/2013 15:33 - Atualizado em 14/06/2013 15:33

Cristina Barroca e Thaís Mota - Hoje em Dia


Lucas Prates/Hoje em Dia
Em coletiva de imprensa, as entidades sindicais informaram que vão manter os protestos

Coletiva_manifestações_Sindute_Lucas Prates_Hoje em Dia Após reunião junto aos deputados de oposição, representantes do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) e o Sindicato dos Servidores da Polícia Civil Estado de Minas Gerais (Sindpol/MG) informaram que as manifestações previstas para os próximos dias estão mantidas. Além disso, as entidades vão recorrer da liminar da Justiça que proibiu protestos em todo o Estado durante a Copa das Confederações.
A presidente do Sind-UTE e da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Beatriz Cerqueira, afirmou que a greve poderia ser evitada caso o governo tentasse negociar com os educadores e ainda questionou que haja uma preocupação com o evento da Copa das Confederações, uma vez que a proibição não é apenas para Belo Horizonte, onde haverá jogos, mas também em todo o território mineiro. Além disso, Cerqueira garantiu que vai denunciar o governador Antonio Anastasia por crime contra a organização do trabalho junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT).
Já o representante do Sindpol, Denilson Martins, afirmou que o ato de manifestar é tão essencial quanto respirar e que o governo não pode impedir a greve dos trabalhadores. "A adesão da categoria, que até agora era de 70%, passará a 100% depois dessa decisão do governo", garantiu.
Os servidores da Polícia Civil já fizeram cartazes em inglês e espanhol para que os turistas que estiverem em Belo Horizonte durante a Copa das Confederações possam entender as reivindicações da categoria. "Nós vamos mostrar para os turistas que estão em Minas Gerais que tipo de tratamento o governo do Estado dá para a segurança pública."
Os parlamentares presentes na reunião também criticaram a liminar da Justiça. Segundo o deputado Sávio Souza Cruz  (PMDB), o governo está tentando equiparar as manifestações populares a atos de terrorismo. Além disso, o parlamentar não é favorável ao valor da multa imposta às entidades que descumprirem a decisão. "R$ 500 mil equivale ao salário diário de 11 mil professores" comparou.
A previsão é de que as manifestações de professores e policiais civis sejam unificadas. Além disso, as categorias ganharam apoio também do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais (Sind-Saúde/MG) e Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual de Minas Gerais (Sindifisco-MG), que devem reforçar os protestos na capital mineira.
No calendário do Sind-UTE, o próximo protesto está marcado para acontecer na segunda-feira (17), a partir das 13 horas, com concentração em frente à Igreja de São Francisco, na Pampulha. Outras manifestações estão previstas também para os dias 18, 22, 26 e 27 de junho.
Segundo Beatriz Cerqueira, os servidores não precisam se preocupar porque as sanções previstas na decisão judicial são válidas apenas para os sindicatos. A medida prevê que, em caso de descumprimento da determinação, as entidades estarão sujeitar à multa diária de R$ 500 mil.
"Censura prévia"
As manifestações sindicais contaram com o apoio dos deputados estaduais Rogério Correia (PT), Sávio Souza Cruz (PMDB), Ulysses Gomes (PT) e da deputada federal Margadida Salomão (PT), que estiveram presente durante a coletiva de imprensa que aconteceu na tarde desta sexta-feira (14).
A determinação da Justiça quanto à multa diária de R$ 500 mil para quem descumprir a liminar que proíbe as manifestações em terrítório estadual foi tratada como uma "censura prévia".
Margarida afirmou ser um absurdo a criminalização da livre expressão e o direito de reinvidicação das organizações sindicais. Segundo a deputada, a medida é um atraso. "A multa preventiva é uma censura. É um retrocesso inadmissível para nós que lutamos pelo livre direito à manifestação.
Já o deputado Rogério Correia lembrou da época da anistia, enquanto Sávio Souza Cruz advertiu que "naquela época podia", falando das manifestações. "O cerco era menor", completou o deputado do PMDB. E Correia concordou afirmando ser "tempos mais amenos".

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