domingo, 14 de abril de 2013

Tomate > Mais barato antes de apodrecer


Em relação a 2012, o preço do produto ainda acumula alta de 37% nos valores
Publicado no Jornal OTEMPO

PAULO NASCIMENTO
Especial para O Tempo
FOTO: KARLON AREDES/DIVULGAÇÃO
Prateleiras. O quilo do tomate era vendido ontem a R$ 3,50 em um supermercado no bairro Carlos Prates
O preço do tomate, que nas últimas semanas alcançou o valor médio de R$ 7,20 o quilo, agora apresenta queda em Belo Horizonte. O custo elevado do produto fez com que os consumidores comprassem em menor quantidade, aumentando os estoques e o prejuízo dos atacadistas. Para que o produto não apodreça, as distribuidoras acabaram repassando-o com preços menores.
"O tomate amadurece muito rápido, e perde-se muito produto estragado nos estoques, sem ao menos chegar até a ponta do varejo. Os preços podem ter sido reduzidos para evitar esse prejuízo", disse Cláudio de Souza, gerente do supermercado Guarim, unidade Carlos Prates, afirmando que a loja reduziu o preço de R$ 8,98 para R$ 3,50 em uma semana.
Nas Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (CeasaMinas), o preço médio do mercado atacadista para uma caixa de 20 kg de tomate reduziu, em média, 30%. No caso do tomate santa cruz, a redução chegou em 50%, e o tomate longa vida caiu 40%.
A redução sinaliza a preocupação dos distribuidores com os estoques. "A oferta por parte dos produtores melhorou nos últimos dias. Muitos agricultores que estavam vendendo tomate para mercados paulista e fluminense voltaram para o mercado interno de Minas", diz o coordenador de Informação de Mercado da CeasaMinas, Ricardo Martins.
O diretor também garante que a redução de, em média, 30% que os distribuidores estão aplicando nos valores do tomate já chegou para as redes varejistas. "O consumidor pode procurar o produto com redução de preço nos mercados da capital, optando por redes varejistas que estejam trabalhando com os valores reduzidos", afirma o coordenador de Informações de Mercado da CeasaMinas.
No entanto, na comparação entre os dez primeiros dias de abril deste ano e o mesmo período do ano passado, o tomate ainda apresenta alta de 37%.
No interior. Os preços para as feiras do interior do Estado ainda continuam elevados para o consumidor. Em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, uma caixa de 20 kg de tomate comum ainda é comercializada a R$ 100, em média. Em Governador Valadares, na região do Vale do Rio Doce, o preço é de R$ 95. Na mesma região, no município de Caratinga, o preço médio para a caixa de tomate tem diferença de R$ 20, custando R$ 75, próximo ao que é praticado em Uberlândia, onde o preço é de R$ 77.


Ponte da Amizade
Cebola é alvo de contrabando
Foz do Iguaçu. As apreensões de cebola feitas neste ano pelos fiscais do Ministério da Agricultura e da Receita Federal em Foz do Iguaçu, no Paraná, já superam o total de 2012. Desde janeiro até agora, 95 toneladas do produto foram interceptadas na região da tríplice fronteira entre o Brasil, Paraguai e Argentina, contra pouco mais de 90 toneladas em todo o ano passado.
A desvalorização do peso argentino e a alta de 80% do preço da cebola no Brasil nos últimos meses, apontam os técnicos, são as principais razões para o aumento do contrabando deste tipo de produto na região. Mais baratos do outro lado da fronteira, alimentos como frutas, legumes, farinha de trigo, carne e até bebidas entram ilegalmente no país, sem o pagamento dos impostos.
A última apreensão foi na madrugada da quarta-feira, quando os fiscais flagraram um comboio de cinco vans que tentavam chegar ao Brasil pela Ponte da Amizade, principal ligação com o Paraguai, carregadas com 3,4 toneladas de cebola de origem argentina.
A mercadoria tinha como destino o comércio de Foz de Iguaçu. Por não ter o certificado fitossanitário exigido para este tipo de importação, a carga foi recolhida e será destruída.
Na Argentina o câmbio e a produção fazem com que a cebola, no atacado, custe cerca de 20% menos do que no Brasil – R$ 2, ante R$ 2,50.
Tomate. Fiscais do Ministério da Agricultura em Foz do Iguaçu também apreenderam, em duas semanas, o equivalente a quase meia tonelada de tomate contrabandeado da Argentina.

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