MENSALÃO
A
medida faz parte do inquérito instaurado para desvendar o caminho
percorrido pelos recursos distribuídos no esquema do mensalão
24/04/2013 10h46
DA REDAÇÃO
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FOTO: LÉO BARRILARI/AG. ESTADO - 31.5.2012
Marcos Valério afirmou que o mensalão bancou despesas pessoais de Lula. O ex-presidente afirma que é mentira.
A Polícia Federal vai pedir a quebra do sigilo bancário de Freud Godoy,
segurança e assessor pessoal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva.
A medida faz parte do inquérito instaurado para desvendar o caminho
percorrido pelos recursos distribuídos no esquema do mensalão e é também
um desdobramento do depoimento prestado pelo empresário Marcos Valério
Fernandes de Souza à Procuradoria-Geral da República em setembro do ano
passado.
Valério afirmou que o mensalão bancou despesas pessoais de Lula. O ex-presidente afirma que é mentira.
Na terça-feira (23), Valério prestou novo depoimento à PF em Brasília. O
operador do mensalão deixou a sede da polícia por volta das 16 horas.
O inquérito aberto vai rastrear supostos repasses do mensalão para o
ex-presidente. A PF também deve ouvir o auxiliar de Lula nos próximos 10
dias, em São Paulo.
O pedido de quebra de sigilo de Godoy será encaminhado ainda nesta
semana à Justiça Federal de Minas Gerais. No ano passado, Valério disse
aos procuradores ter passado dinheiro para Lula arcar com “gastos
pessoais” no início de 2003, quando o petista já havia assumido o
Planalto.
Os recursos foram depositados, segundo Valério, na conta da empresa de
segurança Caso, de propriedade de Godoy, ex-assessor da Presidência e
uma espécie de “faz-tudo” de Lula. O ex-presidente nega ter recebido
dinheiro do esquema.
Em 22 de fevereiro, o procurador da República Leonardo Augusto Santos
Melo solicitou à PF que detalhasse o destino dos recursos do mensalão.
No ofício encaminhado à Superintendência da PF em Minas, o procurador
transcreveu trechos do depoimento de Marcos Valério e que foi revelado
pelo Estado. Uma das grandes dificuldades da investigação será driblar a
possível ausência de arquivos bancários anteriores a 2008. Normas do
Banco Central indicam a obrigação de armazenamento pelo período de cinco
anos, no mínimo.
Além de Freud, a PF quer ter acesso aos dados bancários de outras 25 pessoas físicas e jurídicas que também receberam dinheiro das empresas de Valério, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 40 anos de prisão por envolvimento no mensalão.
Ao todo, cerca de 200 pessoas e empresas foram beneficiárias dos negócios do operador do esquema. Parte dos dados já estão sendo periciados por uma equipe da Polícia Federal em Minas.
CPI dos Correios
No depoimento no ano passado, Valério afirmou ter havido um repasse de aproximadamente R$ 100 mil para a empresa de Godoy. Ao investigar o mensalão, a CPI dos Correios detectou, em 2005, um pagamento feito pela SMPB, agência de publicidade de Valério, à empresa de Freud Godoy. O depósito foi feito, conforme informou a CPI, em 21 de janeiro de 2003, no valor de R$ 98,5 mil.
O operador do mensalão não detalhou, em setembro passado, quais seriam esses “gastos pessoais” do ex-presidente. O dinheiro teria sido gasto no primeiro mês de governo quando “ainda não se sabia como usar o cartão corporativo”, disse Valério no depoimento. Na tentativa de embasar a acusação, Valério entregou cópia do cheque destinado à empresa Caso e emitido pela SMPB Propaganda.
Dinheiro para campanha
Freud Godoy afirmou que o dinheiro serviu para o pagamento de serviços prestados durante a campanha eleitoral de 2002 por sua empresa. Esses serviços, admitiu Godoy à época da CPI, não foram formalizados em contrato e não houve contabilização das despesas. O “faz-tudo” de Lula afirmou, em resposta às acusações feitas por Valério, que suas contas foram devassadas pelos órgãos de controle.
Além de Freud, a PF quer ter acesso aos dados bancários de outras 25 pessoas físicas e jurídicas que também receberam dinheiro das empresas de Valério, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 40 anos de prisão por envolvimento no mensalão.
Ao todo, cerca de 200 pessoas e empresas foram beneficiárias dos negócios do operador do esquema. Parte dos dados já estão sendo periciados por uma equipe da Polícia Federal em Minas.
CPI dos Correios
No depoimento no ano passado, Valério afirmou ter havido um repasse de aproximadamente R$ 100 mil para a empresa de Godoy. Ao investigar o mensalão, a CPI dos Correios detectou, em 2005, um pagamento feito pela SMPB, agência de publicidade de Valério, à empresa de Freud Godoy. O depósito foi feito, conforme informou a CPI, em 21 de janeiro de 2003, no valor de R$ 98,5 mil.
O operador do mensalão não detalhou, em setembro passado, quais seriam esses “gastos pessoais” do ex-presidente. O dinheiro teria sido gasto no primeiro mês de governo quando “ainda não se sabia como usar o cartão corporativo”, disse Valério no depoimento. Na tentativa de embasar a acusação, Valério entregou cópia do cheque destinado à empresa Caso e emitido pela SMPB Propaganda.
Dinheiro para campanha
Freud Godoy afirmou que o dinheiro serviu para o pagamento de serviços prestados durante a campanha eleitoral de 2002 por sua empresa. Esses serviços, admitiu Godoy à época da CPI, não foram formalizados em contrato e não houve contabilização das despesas. O “faz-tudo” de Lula afirmou, em resposta às acusações feitas por Valério, que suas contas foram devassadas pelos órgãos de controle.
Agência Estado.
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