quarta-feira, 17 de abril de 2013

ONU pede apuração de assassinatos de jornalistas no Vale do Aço

17/04/2013 07:08 - Atualizado em 17/04/2013 07:08

Ana Lúcia Gonçalves - Hoje em Dia


Leonardo Morais/Hoje em Dia
Na sombra, jornalistas temem serem incluídos na lista do crime organizado e pedem anonimato

ONU pede apuração de assassinatos de jornalistas no Vale do Aço GOVERNADOR VALADARES – A Organização das Nações Unidas (ONU) acompanha com preocupação as investigações sobre a execução de dois jornalistas e o medo instalado entre os profissionais do Vale do Aço. Muitos estão pedindo demissão, alegando falta de segurança.
O diretor do Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (Unic), Giancarlo Summa, disse na terça-feira (16) que espera do governo de Minas “empenho máximo” para prender os culpados pela execução do repórter Rodrigo Neto, em 8 de março, e do fotógrafo Walgney Assis Carvalho, no domingo. O órgão estuda quais providências poderá tomar sobre o caso.
“Quando um jornalista abandona o trabalho, se cala, os criminosos acabam ganhando. Não podemos permitir isso”, afirmou Summa, classificando os episódios de “gravíssimos”. Segundo ele, o Brasil é um dos países onde mais jornalistas morrem devido à profissão.
Com a execução de Rodrigo Neto, aos 38 anos, em Ipatinga, e do colega Walgney, de 43, na vizinha Coronel Fabriciano, subiu para quatro o número de jornalistas assassinados este ano no Brasil. Os outros eram do Ceará e Rio de Janeiro. Em fevereiro, a principal testemunha da execução de um jornalista do Maranhão, no ano passado, foi morta.
Expressão
Summa lembra que, para assegurar a liberdade de informação e expressão, um dos direitos mais fundamentais de acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, é preciso garantir que cada jornalista possa trabalhar com tranquilidade e segurança.
A ONU está pronta para dar assistência às autoridades na implementação de ações e planos concretos que evitem a impunidade dos que cometem crimes contra os profissionais, afirmou. “Esperamos que o governo de Minas se empenhe ao máximo para levar os assassinos desses dois jornalistas à Justiça”. Summa é a favor da federaliza-ção das investigações de crimes contra profissionais da imprensa.
Ao ser informado sobre a suspeita de participação de policiais nos crimes no Vale do Aço, ele contou que a ONU acompanha o caso de um repórter de São Paulo que, ameaçado por policiais, foi levado para o exterior. “Nesse caso, a quem pediria proteção? À própria polícia?”, questionou.

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