O policial militar atirou em criminoso antes que ele matasse terceira vítima.
Foragido da Bahia atirou e matou dois investigadores, mas acabou morto.
Foragido da Bahia atirou e matou dois investigadores, mas acabou morto.
Policiais civis mortos em Sooretama
A policial civil e o policial militar que sobreviveram à ação que levou à morte dois investigadores da Polícia Civil, na zona rural de Sooretama, no Norte do Espírito Santo, nesta quinta-feira (18), descreveram como foi o momento e lamentaram o ocorrido. A equipe foi à uma fazenda para fazer um levantamento de informações sobre Ednei Brito Pereira, foragido do estado da Bahia por homicídio.
A policial civil e o policial militar que sobreviveram à ação que levou à morte dois investigadores da Polícia Civil, na zona rural de Sooretama, no Norte do Espírito Santo, nesta quinta-feira (18), descreveram como foi o momento e lamentaram o ocorrido. A equipe foi à uma fazenda para fazer um levantamento de informações sobre Ednei Brito Pereira, foragido do estado da Bahia por homicídio.
Durante a ação e após certificarem a
identidade do rapaz, os policiais acreditaram que seria possível fazer a
prisão no mesmo dia, mas não esperavam que o foragido estivesse armado.
Ednei atirou e matou os policiais José Nivaldo Amaral, de 46 anos, e
Leone José Pereira da Silva, de 52, que foram enterrados na tarde desta
sexta-feira (19), emLinhares.
“Quando ele iria atirar em mim, o
policial militar apareceu e deu um tiro na cabeça dele. O criminoso
estava sentado na mureta da varanda e conversava com a gente. Nos
recebeu bem e deu suas explicações”, desabafou a investigadora, de 48
anos, ao jornal A GAZETA e pediu para não ser identificada.
Não me vejo como herói, mas como um sobrevivente”
Cabo Gilberto, policial militar
A situação mudou quando o policial civil
Leone José Pereira da Silva levantou-se, deu voz de prisão para Ednei e
preparava-se para algemá-lo. “Neste momento, ele sacou uma arma e
atirou no Leone. O policial José Nivaldo Amaral reagiu, mas não
conseguiu sacar sua arma. Por isso, entrou em luta corporal com o
criminoso, que conseguiu atirar e matar Amaral”, relatou.
Quando Ednei se preparava para atirar
contra a policial, o cabo Gilberto das Neves, de 49 anos, que estava
junto com a equipe dando cobertura, caso houvesse uma tentativa de fuga,
atirou e matou o criminoso. “Não me vejo como herói. Eu me vejo como um
dos sobreviventes. Do mesmo jeito que aconteceu com os policiais Amaral
e Leone, poderia ter acontecido comigo. Podem morrer dez bandidos, mas a
morte de um policial é uma perda enorme. Ninguém saiu vitorioso nessa
situação”, contou o policial.
O policial afirmou ter agido de forma rápida – cerca de um minuto e
meio após – , ao ouvir os disparos. Ele contou que não havia percebido
que, no momento em que atirou em Ednei, o bandido apontava uma arma para
a cabeça de outra policial civil – que não está sendo identificada por
questões de segurança. Ele só se deu conta da situação quando a arma do
criminoso caiu no chão.
“Eu estava nos fundos da casa quando
ouvi os tiros. No momento em que rodei a residência e vi o que estava
acontecendo, eu nem cheguei a ver realmente que tinha outra policial. Só
lembro que havia um infrator, e que eu precisava agir. Foi quando fiz
os disparos”, explicou.
Falha na ação
Os policiais não usavam coletes à prova de balas durante a ação. Para o presidente da Sinpol-ES, Júnior Fialho, isso não representou uma falha de operação. “Eles foram ao local fazer apenas um levantamento e isso implica que eles não estivessem com esse equipamento, revelaria a profissão deles. Além disso, não pensavam que o rapaz pudesse estar armado. Na avaliação deles, acreditavam que daria para dar a voz de prisão naquela tarde mesmo, não achavam que o foragido fosse reagir. Caracterizamos isso como risco da profissão, até porque se eles estivessem de colete não adiantaria de nada, pois foram baleados na cabeça, onde não há proteção”, disse.
Os policiais não usavam coletes à prova de balas durante a ação. Para o presidente da Sinpol-ES, Júnior Fialho, isso não representou uma falha de operação. “Eles foram ao local fazer apenas um levantamento e isso implica que eles não estivessem com esse equipamento, revelaria a profissão deles. Além disso, não pensavam que o rapaz pudesse estar armado. Na avaliação deles, acreditavam que daria para dar a voz de prisão naquela tarde mesmo, não achavam que o foragido fosse reagir. Caracterizamos isso como risco da profissão, até porque se eles estivessem de colete não adiantaria de nada, pois foram baleados na cabeça, onde não há proteção”, disse.
O superintendente de polícia do
interior, Danilo Bahiense, explicou que as investigações vão apontar se
houve algum tipo de falha. “Na nossa profissão existem riscos
constantes, desde trocas de tiros até acidentes em viagens. É inerente à
nossa função. Nós vamos analisar e investigar as falhas que ocorreram.
Quando os policiais vão cumprir mandados de prisão ou de busca,
certamente estão usando coletes à prova de balas, mas nesse caso eles
estavam apenas fazendo um levantamento”, explicou.
O governador Renato Casagrande
compareceu ao velório dos investigadores e prometeu melhorias na
Segurança no Norte do estado. “Estamos contratando policiais, já temos
1,1 mil novos. Estamos com os nossos policiais civis e militares
trabalhando como nunca, com diversas operações efetuadas”, falou.
O caso
Quatro policiais foram até a fazenda onde morada Ednei, mas apenas três investigadores, sendo as duas vítimas e uma policial civil, foram conversar com o rapaz. O policial militar Gilberto das Neves, que tinha ido ao local apenas para visitar um amigo, acabou participando da ação para dar apoio à equipe, caso houvesse fuga. De acordo com Júnior Fialho, os investigadores se identificaram como funcionários do Ministério do Trabalho, que estavam fazendo um cadastramento. A intenção era confirmar a identidade do foragido, mas durante a conversa os policiais acreditaram que seria possível prendê-lo no mesmo dia.
Quatro policiais foram até a fazenda onde morada Ednei, mas apenas três investigadores, sendo as duas vítimas e uma policial civil, foram conversar com o rapaz. O policial militar Gilberto das Neves, que tinha ido ao local apenas para visitar um amigo, acabou participando da ação para dar apoio à equipe, caso houvesse fuga. De acordo com Júnior Fialho, os investigadores se identificaram como funcionários do Ministério do Trabalho, que estavam fazendo um cadastramento. A intenção era confirmar a identidade do foragido, mas durante a conversa os policiais acreditaram que seria possível prendê-lo no mesmo dia.
“Eles chegaram ao local, inclusive,
usando veículo descaracterizado. O rapaz os recebeu bem e até sentou na
varanda da casa para conversar com eles. Não sabiam que o criminoso
estava armado”, disse Fialho.
O primeiro a ser atingido foi o policial
Leone da Silva e, em seguida, o policial Amaral entrou em luta corporal
com o atirador, mas acabou baleado também. No momento que Ednei se
preparava para atirar na investigadora, o policial militar que dava
apoio acertou o rapaz, que também acabou falecendo.
A companheira de Ednei, Patrícia de
Souza, também estava na fazenda quando tudo aconteceu. “Eu não sabia que
ele tinha arma. Na hora, eu levei um susto, saí correndo e caí. Estou
grávida de três meses dele e não sabia de nada. Nesse tempo que estamos
juntos, ele trabalhava na roça”, contou.
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