Pesquisa .Após ouvir 90 mil pessoas, livro lançado nos EUA traça os perfis do relacionamento de hoje
Estudo também derruba mito de que mulher casada não gosta de pornografia
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Mais
de um terço dos casados trai compulsivamente seus cônjuges. Segundo
pesquisa feita pela internet com cerca de 90 mil pessoas de diversos
países, mais de 40% dos homens e mulheres infiéis admitiram que traíram
mais de cinco vezes - outros 36% das mulheres e 33% dos homens revelaram
que o fizeram de duas a cinco vezes.
Essa e outras revelações do que os casais têm praticado na vida a dois são fruto do estudo, feito desde 2011, que resultou no livro "The Normal Bar" (em tradução livre "A Barreira Regular"). A publicação foi lançada em fevereiro nos Estados Unidos e ainda não tem previsão chegar ao Brasil.
Para o psicólogo Roberto Chateaubriand, os dados não surpreendem. "A traição sempre esteve presente nas relações conjugais, mas, antigamente, era quase exclusivamente parte do território masculino. Essa questão de gênero está completamente retratada na pesquisa, principalmente em relação às razões para se trair", diz, citando que, na pesquisa, 46% dos homens falam que traem por terem muita "energia sexual" e que esse número se inverte quando a causa é a raiva do parceiro - que levou a 38% das mulheres à infidelidade.
A empresária Chrisanna Northrup, que idealizou "The Normal Bar", lembra que o livro tem um capítulo inteiro sobre os motivos da traição entre os casais. "Quase metade dos entrevistados leu o e-mail do parceiro para olhar o que eles estavam fazendo", revela. Segundo ela, a falta de comunicação foi citada pelos casais extremamente infelizes como um dos principais problemas. "A primeira coisa que nossos casais extremamente felizes disseram foi que a comunicação era a coisa mais gratificante na relação", complementa.
"Se você não se comunica com o parceiro, abre a possibilidade da desconfiança e, quando não há confiança, a traição - física ou emocional - pode rastejar para o relacionamento... Por isso, é muito importante manter a comunicação com o parceiro e falar sobre as necessidades do outro - e se você está feliz", afirma Chrisanna.
A presidente da Associação Mineira de Terapia de Família, Andrea Moreira Maciel, aponta a falta de comunicação como a raiz da traição, seja ela motivada por vingança, raiva ou tédio sexual. "A traição acontece quando a relação deixa um espaço vazio entre o casal. Os casais precisam se comunicar efetivamente de maneira a expor os desejos e expectativas que têm na relação", diz.
O gerente comercial Ronaldo Pereira, 35, casado com a empresária Marcela Lourdes, 31, admite que, com a vida corrida, muitas vezes, a relação é deixada de lado. "Mas sempre busco terminar meus dias com os problemas resolvidos para que não se acumulem".
Pornografia. A pesquisa também derruba o mito de que a mulher casada não gosta de pornografia. Segundo o estudo, 61% delas e 89% deles apreciam material pornográfico. Andrea aponta a liberdade sexual como a causa dessa aproximação estatística. "O público feminino é o maior frequentador dos sex shops".
Essa e outras revelações do que os casais têm praticado na vida a dois são fruto do estudo, feito desde 2011, que resultou no livro "The Normal Bar" (em tradução livre "A Barreira Regular"). A publicação foi lançada em fevereiro nos Estados Unidos e ainda não tem previsão chegar ao Brasil.
Para o psicólogo Roberto Chateaubriand, os dados não surpreendem. "A traição sempre esteve presente nas relações conjugais, mas, antigamente, era quase exclusivamente parte do território masculino. Essa questão de gênero está completamente retratada na pesquisa, principalmente em relação às razões para se trair", diz, citando que, na pesquisa, 46% dos homens falam que traem por terem muita "energia sexual" e que esse número se inverte quando a causa é a raiva do parceiro - que levou a 38% das mulheres à infidelidade.
A empresária Chrisanna Northrup, que idealizou "The Normal Bar", lembra que o livro tem um capítulo inteiro sobre os motivos da traição entre os casais. "Quase metade dos entrevistados leu o e-mail do parceiro para olhar o que eles estavam fazendo", revela. Segundo ela, a falta de comunicação foi citada pelos casais extremamente infelizes como um dos principais problemas. "A primeira coisa que nossos casais extremamente felizes disseram foi que a comunicação era a coisa mais gratificante na relação", complementa.
"Se você não se comunica com o parceiro, abre a possibilidade da desconfiança e, quando não há confiança, a traição - física ou emocional - pode rastejar para o relacionamento... Por isso, é muito importante manter a comunicação com o parceiro e falar sobre as necessidades do outro - e se você está feliz", afirma Chrisanna.
A presidente da Associação Mineira de Terapia de Família, Andrea Moreira Maciel, aponta a falta de comunicação como a raiz da traição, seja ela motivada por vingança, raiva ou tédio sexual. "A traição acontece quando a relação deixa um espaço vazio entre o casal. Os casais precisam se comunicar efetivamente de maneira a expor os desejos e expectativas que têm na relação", diz.
O gerente comercial Ronaldo Pereira, 35, casado com a empresária Marcela Lourdes, 31, admite que, com a vida corrida, muitas vezes, a relação é deixada de lado. "Mas sempre busco terminar meus dias com os problemas resolvidos para que não se acumulem".
Pornografia. A pesquisa também derruba o mito de que a mulher casada não gosta de pornografia. Segundo o estudo, 61% delas e 89% deles apreciam material pornográfico. Andrea aponta a liberdade sexual como a causa dessa aproximação estatística. "O público feminino é o maior frequentador dos sex shops".
Com ou sem filho, frequência de sexo é quase igual
Nem
mesmo as noites maldormidas devido às preocupações com os filhos têm
interferido significativamente nas relações sexuais dos casais. Enquanto
41% dos casais sem filhos fazem sexo de três a quatro vezes por semana,
36% dos casais com filhos mantêm essa mesma frequência.
"Essa diferença percentual não significa exatamente que a diminuição das relações sexuais se deve aos filhos", diz a presidente da Associação Mineira de Terapia de Família, Andrea Moreira Maciel. "Uma conjunção de fatores pode potencializar o desinteresse", concorda o psicólogo Roberto Chateaubriand.
A falta de maturidade e uma gravidez não planejada foi o motivo apontado pelo gerente comercial Ronaldo Pereira, 35, para o término de um relacionamento há dez anos. "A chegada de um filho interfere na vida sexual do casal, por diversos motivos, mas principalmente no caso da mulher que sempre tem uma preocupação mais intensa e um elo forte com a criança", afirma ele, que hoje está casado com a empresária Marcela Lourdes, 31.
"Essa diferença percentual não significa exatamente que a diminuição das relações sexuais se deve aos filhos", diz a presidente da Associação Mineira de Terapia de Família, Andrea Moreira Maciel. "Uma conjunção de fatores pode potencializar o desinteresse", concorda o psicólogo Roberto Chateaubriand.
A falta de maturidade e uma gravidez não planejada foi o motivo apontado pelo gerente comercial Ronaldo Pereira, 35, para o término de um relacionamento há dez anos. "A chegada de um filho interfere na vida sexual do casal, por diversos motivos, mas principalmente no caso da mulher que sempre tem uma preocupação mais intensa e um elo forte com a criança", afirma ele, que hoje está casado com a empresária Marcela Lourdes, 31.
Minientrevista
"Todos nós queremos ser felizes nas relações."
Chrisanna Northrup Empresária Criadora do "The Normal BaR"
O que a motivou?
Casada há 14 anos e com três filhos pequenos, na minha própria relação, eu queria mais paixão e diversão. Então, eu me propus a fazer o estudo mais extenso sobre o que está sendo normal nos relacionamentos ao redor do mundo para ver o que os casais felizes estavam fazendo e aprender.
A pesquisa reflete um comportamento universal?
Sim. Todos nós queremos ser felizes em nosso relacionamento e nos sentirmos amados. Na pesquisa, aprendi que as pessoas são mais semelhantes do que poderíamos ter imaginado.
Quais benefícios os casais podem ter?
O conteúdo do livro dá aos casais a oportunidade de falar abertamente sobre assunto diferente, o que leva a discutir o que funciona ou não funciona em seu próprio relacionamento.
A traição se tornou normal?
Infelizmente, é parte de algumas relações, mas não da maioria. (LM)
Casada há 14 anos e com três filhos pequenos, na minha própria relação, eu queria mais paixão e diversão. Então, eu me propus a fazer o estudo mais extenso sobre o que está sendo normal nos relacionamentos ao redor do mundo para ver o que os casais felizes estavam fazendo e aprender.
A pesquisa reflete um comportamento universal?
Sim. Todos nós queremos ser felizes em nosso relacionamento e nos sentirmos amados. Na pesquisa, aprendi que as pessoas são mais semelhantes do que poderíamos ter imaginado.
Quais benefícios os casais podem ter?
O conteúdo do livro dá aos casais a oportunidade de falar abertamente sobre assunto diferente, o que leva a discutir o que funciona ou não funciona em seu próprio relacionamento.
A traição se tornou normal?
Infelizmente, é parte de algumas relações, mas não da maioria. (LM)
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