segunda-feira, 8 de abril de 2013

Guerra nuclear e os perigos para a população do planeta

08/04/2013 06:17 - Atualizado em 08/04/2013 06:17

Hoje em Dia


Desde a crise dos mísseis em Cuba, em 1962, o mundo não enfrentava uma ameaça de conflito nuclear. Há meio século, a ameaça vinha de duas potências nucleares, Estados Unidos (EUA) e União Soviética (URSS), protagonistas da Guerra Fria. Agora vem da Coreia do Norte, um país com extensão pouco superior a 20% do território de Minas Gerais, mas com população maior em 3 milhões de habitantes. E Produto Interno Bruto que não chega a 25% do PIB mineiro.
É esse país pobre, mas com um exército de mais de 1 milhão de soldados e armado com ogivas nucleares, que vem desafiando, nos últimos dias, os Estados Unidos e sua aliada Coreia do Sul. E que não parece dar ouvidos nem à poderosa aliada China, com quem divide uma fronteira de 1.416 quilômetros.
É necessário cuidado para lidar com a ameaça norte-coreana. Uma cautela recomendada em artigo publicado sexta-feira pelo jornal “Granma”, por Fidel Castro. O mesmo homem que em 1962 teria escrito carta a Nikita Khruschov, líder da URSS, pedindo um ataque nuclear contra os EUA, por causa da reação americana à instalação de mísseis nucleares soviéticos em Cuba. Bem mais velho e mais sábio, Fidel Castro vê a situação atual como “incrível e absurda”. E adverte: “Se um conflito dessa índole explodir ali, o governo de Barack Obama será sepultado por um dilúvio de imagens que o apresentariam como o personagem mais sinistro da história dos EUA.”
Ao contrário de militares norte-americanos que levam muito a sério as ameaças do ditador norte-coreano Kim Jong-un, os 24 países que têm corpo diplomático em Pyongyang acreditam que podem contribuir para que o bom senso prevaleça, mantendo abertas suas embaixadas. O Brasil é um deles. O embaixador Roberto Colin confia que os brasileiros poderão se refugiar na China – são quatro horas de viagem por terra – se o conflito eclodir. Além dele, sua família e um funcionário administrativo da embaixada, há apenas dois brasileiros vivendo no país: a mulher do embaixador palestino e sua filha caçula.
Esse fato e mais a circunstância de que a Coreia do Norte está do outro lado do mundo não distanciam o Brasil dessa crise. Se os sinos dobrarem na península coreana, dobrarão por nós também. Uma solução pacífica interessa ao mundo inteiro. Fidel Castro não exagerou, ao escrever: “Não seria justo esquecer que tal guerra afetaria de modo especial mais de 70% da população do planeta”.
Esperemos que a retórica bélica não vá além da retórica. 

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