Roedores recebem doses de esteróides para simular aparência de outra espécie
Estado de Minas
Publicação: 09/04/2013 10:01 Atualização:
Estado de Minas
Publicação: 09/04/2013 10:01 Atualização:
Poodle e Furão anabolizado, lado a lado: pelagem é parecida, mas diferenças na cabeça são marcantes |
Comerciantes
informais da Argentina ganharam notoriedade mundial devido à aplicação
de um golpe que mescla crueldade e criatividade. Em uma feira irregular
conhecida como “La Salada”, em Lomas de Zamora, na Região Metropolitana
de Buenos Aires, alguns vendedores desonestos têm vendido furões como se
fossem poodles, da variedade toy. Para que possam ser confundidos com
cães, os roedores recebem doses de esteróides e receberam tratamento na
pelagem.
O golpe era desconhecido até mesmo na
Argentina e e as poucas informações a respeito circulavam por meio de
rumores, dando tom de lenda urbana ao caso. Porém, um homem que caiu no
golpe fez um perfil no Facebook e obteve grande repercussão. Após a
iniciativa, uma rede de televisão local esteve no local onde a feira é
realizada e conversou com ao menos mais uma vítima, que teria comprado
um furão, conhecido localmente como rato brasileiro, no lugar de um cão
da raça Chiuhuahua.
O homem que tornou o caso público na rede
social é um aposentado, que levou dois furões para casa, pensando estar
de posse de poodles. Ele só descobriu o golpe ao levar os animais ao
veterinário. Já a mulher entrevistada pela rede de TV afirmou ter pagado
1,5 mil pesos, valor equivalente a cerca de R$ 580, pelo animal que
pensava ser um cão. Apesar de relativamente elevados, os valores são bem
mais baratos que os praticados em canis credenciados. Nenhuma das
vítimas prestou queixa sobre o caso.
O furão é um roedor que
atinge cerca de 50 cm de comprimento e 13 cm de altura. A pelagem pode
ser branca, marrom ou mesclar as duas cores. Embora seja menor e tenha
aspecto bastante distinto em relação aos cães, a aplicação de esteróides
dificulta a diferenciação, fazendo com que pessoas pouco habituadas a
poodles ou chiuhuahuas sejam vítimas dos golpistas.
LA SALADA
A feira de La Salada é conhecida pelo comércio de produtos de
procedência duvidosa. Os primeiros comerciantes, em sua maioria
imigrantes bolivianos, se instalaram em um terreno em Lomas de Zamora,
às margens do rio Riachuelo, cujas águas são altamente poluídas, por
volta de 1991. O mercado irregular cresceu lentamente até o ano de 2001,
quando a crise econômica Argentina fez com que o número de vendedores e
frequentadores desse um salto.
Atualmente, a estimativa é que a
feira empregue cerca de seis mil comerciantes e seja frequentada por
aproximadamente 20 pessoas, movimentando montante equivalente a R$ 18
milhões por semana. As barracas são montadas duas vezes por semana: aos
domingos e às madrugadas das quarta-feiras, para driblar a fiscalização.
Os produtos mais comuns são peças de vestuário piratas, mas há uma
série de artigos à venda, inclusive animais.
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