segunda-feira, 22 de abril de 2013

Exposição dos problemas na Justiça do país

22/04/2013 06:17 - Atualizado em 22/04/2013 06:17

Hoje em Dia


Um dia depois que o presidente  do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, foi destaque na imprensa brasileira por ter sido incluído pela revista “Time” na lista das 100 personalidades mais influentes do mundo, publica-se que o STF vai gastar R$ 90 mil para reformar os quatro banheiros do apartamento funcional que ele vai ocupar a partir de julho. O apartamento de 523 metros quadrados foi desocupado no final do ano passado pelo ministro aposentado Ayres Britto.
O contribuinte brasileiro talvez não estranhe que cada assento e tampo dos vasos sanitários dos quatro banheiros vai custar R$ 396. Ou que tudo o que se vai gastar na sua reforma é 14% superior ao custo de uma casa de 32 metros quadrados construída pelo programa Minha Casa, Minha Vida. 
Mas a notícia pode enfraquecer a posição de Joaquim Barbosa em favor de mais austeridade no Poder Judiciário. É com essa bandeira que o presidente do Supremo e do Conselho Nacional de Justiça tenta impedir a aprovação definitiva no Congresso Nacional de emenda constitucional que autoriza a criação de quatro novos Tribunais Regionais Federais (TRFs), um deles em Minas.
Em reunião com representantes de entidades sindicais da área judicial, dia 8 de abril, Barbosa afirmou que não havia necessidade de gastar R$ 8 bilhões com esses novos tribunais e se irritou quando o presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil alegou que cada tribunal custaria no máximo R$ 100 milhões por ano aos cofres públicos.
Uma semana depois, os presidentes dos cinco TRFs que foram a Brasília dar apoio a Barbosa decidiram criar uma comissão que vai apresentar alternativas à criação dos novos tribunais e dar celeridade à tramitação dos processos judiciais. Uma das possibilidades foi apresentada à imprensa, após a reunião, pelo presidente do TRF da 1ª Região, desembargador Márcio César Ribeiro. Segundo ele, 85% dos processos nos TRFs estão relacionados com a previdência social. “A ideia é que os recursos a decisões de juízes de primeiro grau sejam encaminhados a turmas recursais, e não aos tribunais. Seriam quatro turmas, cada uma com três membros. Dessa forma, o acervo dos tribunais diminuiria”, disse.
Existirão soluções viáveis para que os processos judiciais sejam julgados em tempo hábil, com menores custos para os mineiros que precisam da Justiça Federal. Barbosa deve usar sua reconhecida influência para evitar desperdícios. Começando pelos banheiros.
 

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