Marcelo Prates/Hoje em Dia
Réus são acusados de envolvimento na morte de um torcedor cruzeirense em 2010
O ex-presidente da Galoucura, Roberto Augusto Pereira, conhecido como
"Bocão", e o vice-presidente, Willian Tomaz Palumbo, apelidado como
"Ferrugem", foram condenados a 14 anos de prisão, sendo 12 por homicídio
e dois por formação de quadrilha no caso da morte do torcedor
cruzeirense, em novembro de 2010. Já sobre a acusação de tentativa de
homicídio contra outras cinco pessoas os réus foram absolvidos. Segundo
informações do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), os dois devem
permanecer presos e aguardar a fase de recursos detidos.
A sentença foi lida pelo juiz Glauco Eduardo Soares Fernandes por volta
das 20h50. Das 28 testemunhas arroladas no processo, apenas três
militares que estavam em serviço no local da confusão foram ouvidos
ainda na parte da manhã. As demais testemunhas foram dispensadas pela
defesa dos réus.
Já os réus foram ouvidos por volta de meio-dia. Roberto Augusto
Pereira, presidente da torcida organizada à época dos fatos, admitiu já
ter se envolvido em brigas, mas alegou que nos sete anos que ficou à
frente da Galoucura nunca se envolveu em nenhuma confusão. Já Willian
Tomaz Palumbo disse que não conseguiria conter o confronto, pois nem o
Batalhão de Choque foi capaz. Ele disse ainda que ao ver a confusão
voltou para dentro do ginásio ao visualizar a confusão.
Após um período de intervalo para almoço, promotoria e defesa
apresentaram seus argumentos sobre o envolvimento dos réus no crime que
culminou na morte de Otávio Fernandes na avenida Nossa Senhora do Carmo,
no bairro São Pedro, região Centro-sul de Belo Horizonte. O promotor
Francisco de Assis Santiago sustentou seus argumentos sobre a
responsabilidade dos réus, que eram dirigentes da torcida e poderiam ter
impedido que as agressões culminassem na morte de Otavio Fernandes. O
representante do Ministério Público Estadual (MPE) exibiu ainda vídeos
das câmeras de segurança do Chevrolet Hall no dia do evento, mostrando a
saída rápida e em bloco de torcedores da Galoucura e as agressões do
lado de fora do local.
A defesa por sua vez, representada palo advogado Dino Miraglia Filho,
rebateu as acusações do MPE e argumentou que, mesmo sendo líderes da
Galoucura, os réus não tinham como conter a briga entre os torcedores do
Atlético e Cruzeiro. Além disso, Miraglia Filho questinou a qualidade
da atuação da perícia e do delegado durante a fase de investigação e
afirmou que não havia provas concretas contra os réus.
Em janeiro deste ano, outros seis réus acusados matar Otávio Fernandes
foram condenados por formação de quadrilha. João Paulo Celestino Souza e
Marcos Vinícius Oliveira de Melo, o “Vinicin”, foram condenados ainda
por homicídio duplamente qualificado. O primeiro pegou 15 anos e dez
meses e, o segundo, foi condenado a 17 anos, ambos em regime fechado. Os
outros quatro réus receberam a sentença de dois anos de prisão em
regime aberto. Já sobre a acusação de tentativa de assassinato de
Rodrigo Oliveira todos os réus foram inocentados.
Entenda o caso
No dia 27 de novembro de 2010, Otávio Fernandes e outros torcedores do
Cruzeiro foram cercados por integrantes da Galoucura, na avenida Nossa
Senhora do Carmo, no bairro São Pedro, região Centro-sul da capital. Os
cruzeirenses conseguiram correr, mas Otávio foi espancado até a morte
por, pelo menos, 12 atleticanos.
De acordo com a denúncia apresentada pelo Ministério Público, os
agressores estavam em um evento de luta livre no Chevrolet Hall. Ao
ficarem sabendo da chegada de membros da torcida rival, o grupo teria
saído da casa de shows e agrediram cinco torcedores, “com ações
extremamente violentas”, utilizando paus e cavaletes, e que culminou na
morte de Otávio. As outras quatro vítimas ficaram bastante feridos.
Câmeras de vigilância registraram o fato e a crueldade dos torcedores
alvinegros.
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