sábado, 27 de abril de 2013

Em três anos, triplicaram os estrangeiros refugiados no país

Estudo
Em apenas dois anos, pedidos saltaram de 566 para 2.008, um aumento de 254%
Publicado no Jornal OTEMPO em 27/04/2013

LITZA MATTOS
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Grandes crises humanitárias e o temor de perseguição por motivos de raça e religião, entre outros, fizeram com que o número de estrangeiros que solicitam refúgio no Brasil triplicasse de 2010 para 2012. Segundo Comitê Nacional para Refugiados (Conare), os pedidos feitos à Polícia Federal saltaram de 566 para 2.008 - um aumento de 254%. E a estimativa é que, neste ano, o país receba 2.580 novas solicitações.
Para o presidente do Conare, Paulo Abrão, essa elevação do número de pedidos é proporcional ao aumento do fluxo migratório do Brasil. "Os fatores que levam a essa procura são de natureza econômica devido aos níveis de investimento que o país tem recebido nas últimas décadas, questões de ordem cultural pelo fato de nós sermos um país receptivo e democrático, e de ordem política por termos ganhado uma visibilidade internacional", explica.
Desde 2010, o perfil dos refugiados que têm procurado o Brasil é de origem colombiana e homens entre 18 e 30 anos. O refúgio é um direito de estrangeiros garantido por uma convenção da
Organização das Nações Unidas (ONU) e confirmado pela lei brasileira. "Temos hoje um conjunto de programas de integração social, convênios firmados com organizações da sociedade civil e também políticas sociais do governo como vagas em universidades", afirma Abrão.
Porém, para aperfeiçoar a política de integração local dos refugiados, o Conare fez um acordo de cooperação com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em conjunto com o Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), a fim de que seja elaborado um perfil sociodemográfico das pessoas refugiadas no Brasil. O documento servirá de base para a construção do Plano Nacional de Atenção aos Refugiados e deverá ficar pronto em um ano. "Nossos desafios são manter a capacidade administrativa de apreciação das solicitações, promover programas de integração no Mercosul e ampliar as políticas de integração social, cultural e econômica para ajudar os refugiados se ambientarem da melhor forma no território nacional", diz o presidente do Conare.



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