segunda-feira, 15 de abril de 2013

Crise internacional manda brasileiros de volta para casa

15/04/2013 07:20 - Atualizado em 15/04/2013 07:20

Janaína Oliveira - Hoje em Dia


Frederico Haikal/Hoje em Dia
Sem emprego, a estilista Dorleane Torres voltou a BH após seis anos em Portugal

Crise internacional manda brasileiros de volta para casa A crise econômica na Europa e Estados Unidos tem levado muitos brasileiros a fazerem as malas de volta para casa. Entre 2008, quando a crise financeira sacudiu o mundo, e 2012, a população brasileira no exterior encolheu 20%. Segundo o Itamaraty, o número de residentes lá fora caiu de cerca de 3 milhões para 2,5 milhões. Na maioria dos casos, eles retornam pelos mesmos motivos que os levaram a ir: emprego e dinheiro.
Pesquisas do Ministério de Relações Exteriores junto aos postos da rede consular e associações comunitárias no exterior apontam forte tendência no movimento de retorno desses cidadãos, especialmente os que emigraram na última década.
“Em função da lenta recuperação dos Estados Unidos e aumento do desemprego nos países europeus, muitos têm desistido de tentar fazer patrimônio por lá para voltar ao Brasil, onde as oportunidades melhoraram, apesar de todos os problemas”, diz o presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon-MG), Cláudio Gontijo.
Com o cinto apertado, patrões cortam custos. E os primeiros sacrificados são os emigrantes. “Os empregos, na maior parte, são precários e em situação de ilegalidade. Garçons, motoristas, babás, faxineiras e, na melhor das hipóteses, trabalhadores da construção civil que, demitidos, perdem seu sustento”, descreve.
 
ARTE Crise internacional manda brasileiros de volta para casa

Há 10 anos, o desemprego em Portugal, por exemplo, era de 6,3%, quase a metade do índice brasileiro à época, de 12,4%. Em 2003, € 1 valia aproximadamente R$ 3,30. Condições que tornavam a terra de nossos colonizadores uma oportunidade de ouro para fazer a vida no estrangeiro. De lá para cá, porém, a taxa desemprego em Portugal explodiu. É a terceira maior da União Europeia e três vezes superior à do Brasil, hoje em 5,6%, segundo o IBGE.
A estilista Dorleane Torres, 41, passou seis anos na Península Ibérica. Trabalhou em salão de beleza, loja de roupas e chegou a participar do ModaLisboa, a versão lusitana do Minas Trend Preview. Até que veio a crise. Desiludida e sem emprego, fez o caminho inverso. Na capital, reencontrou família, amigos e um bom trabalho. “Aqui, a gente é mais feliz”,diz.

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