Paramount Maverick é capaz de aguentar disparos de armas antiaéreas, granadas e custa até R$ 1,5 milhão
11/04/2013-http://revistaautoesporte.globo.com/Noticias/noticia/2013/04/conheca-o-novo-caveirao-da-policia-do-rio-de-janeiro.html
A escalada de violência urbana no Rio de Janeiro obrigou a polícia
local a usar os chamados caveirões, veículos blindados que receberam o
apelido por serem utilizados pelos membros do Batalhão de Operações
Especiais, o BOPE, também conhecido por usar a caveira como símbolo. Só
que a era de veículos adaptados está começando a terminar. Se em
operações famosas como a pacificação do Complexo do Alemão a tropa
precisou apelar para veículos das Forças Armadas, agora poderá usar um
veículo criado especialmente para essa função, o sulafricano Paramount
Maverick. O blindado é uma das principais atrações da LAAD, Feira
Internacional de Segurança e Defesa que vai até a próxima sexta-feira no
Rio de Janeiro.
De início, foram vendidas oito unidades. Dessas, quatro vão ser usadas
pelo BOPE, enquanto as outras serão divididas igualmente entre a
Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) da Polícia Civil do Rio e
pelo Batalhão de Polícia de Choque. Ao contrário dos antigos blindados
usados também no transporte de valores, o Maverick foi criado desde o
início para ser um veículo de caserna.
Para começar, tem blindagem bem mais parruda. O fabricante da África do
Sul (um dos maiores produtores de armamentos do mundo) não brincou em
serviço: o modelo básico agüenta disparos de calibre 7.62 mm, usado por
armas como o FAL (Fuzil Automático Leve) e também de 12,7 mm ou .50
(usada por metralhadoras estacionárias como a Browning M2). Lembrando
que ambas armas são usadas em assaltos a carro forte, situação na qual
os seguranças costumam se render diante do ataque pesado. Mesmo o teto
tem esse nível de blindagem. “A guerrilha urbana costuma atacar de cima
de lajes e prédios, assim não há penetração de projéteis”, afirma Andrew
Charter, Executivo de Desenvolvimento de Negócios da Paramount. Todo
esse poderio ajuda a explicar o preço que varia entre US$ 450 mil e US$
800 mil dependendo das especificações, algo entre R$ 888 mil e R$ 1,57
milhão.
Afora a capacidade de aturar disparos de grosso calibre, o Maverick
investe também na chamada proteção cinética e é capaz de continuar em
movimento mesmo após a explosão de uma granada M26 debaixo do veículo,
outra tática adotada pelos traficantes do Rio de acordo com a marca
sul-africana. Mesmo que atirem um coquetel molotov nos pneus, um sistema
de extintores automáticos consegue apagar as chamas. Os próprios pneus
365/85 aro 20 são protegidos por uma grande cinta de borracha
ultraresistente e podem rodar mesmo vazios, além de poderem ser inflados
ao toque de um botão.
Além disso, a construção é monobloco e não chassi sobre cabine, o que
abriu espaço para levar até 12 homens dentro da carroceria de seis
metros de comprimento. A motorização, por sua vez, fica a cargo de um
turbodiesel Cummins 6.7 de seis cilindros, capaz de gerar 300 cv de
potência e 112 kgfm de torque, capaz de levar o peso de até 15 toneladas
até 120 km/h de velocidade máxima. A transmissão é automática para não
perturbar o motorista em situações tensas. A marca ressalta a
resistência do conjunto. Segundo a Paramount, o motor é capaz de
funcionar em aceleração máxima por 24 horas, além de resistir a três
milhões de quilômetros sem pedir água. A autonomia basta para até 700
km.
Nem mesmo terrenos acidentados podem parar o blindado. Embora não se
destaque tanto pelos ângulos de entrada (27º) ou saída (30º), o veículo
tem tração integral com reduzida e bloqueio de diferencial dianteiro,
central e traseiro. Tudo sem perder o conforto a bordo. Além do espaço
razoavelmente folgado para até 12 policiais, o Maverick tem como opção
uma usina de força interna que pode funcionar independentemente e
alimentar o sistema de ar-condicionado, uma arma tática diante do calor
carioca. Tal como todo o resto, o interior foi pensado exclusivamente
para combate. Há um sistema de extração de ar para sugar a fumaça gerada
pela pólvora dos disparos feitos de dentro do carro. Além disso, as
grades no chão impedem que os combatentes escorreguem nas cápsulas
ejetadas pelas armas. “E também impedem que escorreguem no sangue de
algum ferido”, explica Andrew.
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