sábado, 6 de abril de 2013

CONFUSÃO NO INDEPENDÊNCIA: Conmebol abre inquérito contra Arsenal, mas denuncia apenas dois jogadores

Clube argentino pode ser multado pela entidade sul-americana e perder mando de campo em alguns jogos. Os denunciados são os laterais Hugo Nervo e Damián Pérez

Redação - Superesportes
Luana Cruz - Estado de Minas
Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press
Após o término do jogo dessa quarta-feira, atletas do Arsenal confrontaram com a PMMG

A confusão contra a Polícia Militar de Minas Gerais pode acarretar um prejuízo maior para o Arsenal, goleado pelo Atlético em campo na última quarta-feira (5 a 2) e em situação difícil no Grupo 3 da Copa Libertadores. Nesta sexta-feira, a Unidade Disciplinar da Conmebol abriu inquérito contra a equipe de Sarandí e dois dos atletas envolvidos na briga generalizada ocorrida no Estádio Independência, em Belo Horizonte.
A súmula do árbitro paraguaio Enrique Cáceres e o relato do delegado da partida constataram que o clube argentino foi o responsável pela confusão após o término do jogo no Independência. Alguns jogadores, inclusive, agrediram os policiais com socos e pontapés ainda sobre o gramado do estádio.
O fato que chama atenção é que, embora oito jogadores do Arsenal tenham sido autuados por desacato e lesão corporal contra policiais no Independência, apenas o lateral-direito Hugo Nervo e o lateral-esquerdo Damián Pérez foram denunciados. Eles estão incursos no artigo 10.1b do Código Disciplinar da Conmebol, que trata de agressão, e podem pegar no mínimo três jogos de suspensão.
O Arsenal, por sua vez, foi autuado em três situações – artigos 6 e 11.1, pelo comportamento inadequado dos atletas; e 11.2, por conta de questões relacionadas às agressões no vestiário e não identificação dos atletas. A equipe de Sarandí pode ser multada e até perder mandos de campo.
O Atlético, que era o responsável pela segurança do estádio por ser o clube mandante, não corre risco de punição pelo fato de os seus jogadores terem ficado de fora do incidente.
O julgamento no Tribunal Disciplinar da Conmebol pode acontecer na próxima semana. O Arsenal terá dois dias úteis para apresentar a sua defesa.


Em BH, oito foram autuados e multa chegou a R$ 38 mil

Logo após a confusão, na madrugada de quarta para quinta-feira, foram identificados oito agressores, todos jogadores do Arsenal: Jorge Ortiz, Damián Perez, Hugo Nervo, Milton Celiz, Ivan Marcone, Darío Benedetto, Nicolas Aguirre e Lisandro Dessypris – e também detidos.
Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press
De dentro do vestiário, jogador do Arsenal arremessou cadeira contra os policiais
Apesar de lesão corporal e desacato serem crimes de menor potencial ofensivo, com pena máxima de dois anos, os oito argentinos teriam que ficar retidos no país para responder pelos delitos. Porém, a Lei 9099/95, que instituiu os juizados especiais, possibilita a permutação da pena.

Os jogadores argentinos foram então beneficiados pela permuta, ficando acertado o pagamento de multa de R$ 26 mil em dinheiro, destinada a cinco instituições filantrópicas. Eles também concordaram com o pagamento de indenização às vítimas de agressões, no caso três policiais militares e um radialista de uma emissora do interior mineiro, no valor de R$ 4 mil para cada. Para que pudesse concretizar a permuta, a diretoria do Arsenal recorreu então a um empréstimo emergencial ao Atlético.

O montante da dívida foi de R$ 38 mil, já que a coronel Cláudia Romulado abriu mão de sua indenização, depois que o jogador Ivan Marcone pediu-lhe desculpas pela agressão. Além dele, a direção do time se desculpou com a oficial, bem como o cônsul argentino José Cafiero, que acompanhou o desenrolar da ocorrência policial contra seus compatriotas. O time mineiro e a administração do Independência ainda colaboraram com os argentinos, abrindo mão da acusação de dano material, já que os jogadores quebraram o teto de gesso do vestiário.

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