segunda-feira, 15 de abril de 2013

Brasil precisa da insulina de Minas Gerais

Hoje em Dia


Entre os compromissos da presidente da República em Minas, hoje e amanhã, destaca-se o anúncio oficial da construção de uma fábrica de insulina em Nova Lima. Conforme a agenda divulgada na sexta-feira, Dilma Rousseff fará o anúncio durante cerimônia no Teatro Sesiminas. É preciso lembrar que desde outubro passado já havia notícia desse projeto.
Na ocasião, o governo de Minas informou que, por meio do BDMG e da Fapemig, participaria, com R$ 56 milhões, do financiamento das obras de construção dessa fábrica e, além disso, o BDMG se associaria à Biomm no empreendimento, investindo R$ 29 milhões no capital da empresa. Foi afirmado ainda que o investimento total seria de R$ 330 milhões para, a partir de 2015, produzir anualmente 20 milhões de frascos de insulina. A notícia foi bem recebida. No Brasil, sabe-se que raramente um investimento industrial desse porte se concretiza sem a participação do governo.
Ao comentar a visita da presidente a Minas, o secretário de Atenção à Saúde, Helvécio Magalhães, do Ministério da Saúde, disse que Minas foi escolhida para abrigar a fábrica “por sua localização central no território brasileiro”. Outro motivo que poderia ser dito é que Minas sediou por mais de 27 anos a primeira e única fábrica de insulina brasileira. Era a fábrica da Biobrás, fundada em 1976 pelo cientista Marcos Mares Guia e pelo engenheiro Guilherme Emrich, ambos mineiros. Essa empresa entrou em dificuldade por causa da concorrência predatória de fabricantes internacionais, que aproveitaram a abertura do mercado para alijar a concorrente brasileira ,que não pôde contar com a ajuda do governo na época.
A fábrica de Montes Claros foi vendida, em 2001, para a dinamarquesa Novo Nordisk, mas os antigos proprietários conservaram as patentes e criaram a Biomm, com vistas a uma futura retomada da produção, o que deve ocorrer agora. O governo tem grande interesse em livrar-se da dependência exclusiva de fornecedores internacionais, um oligopólio formado por três empresas que vêm controlando o mercado mundial. Há muitos anos não se produz insulina em Montes Claros. Os fabricantes estrangeiros baixaram fortemente os preços na última licitação do Ministério da Saúde, em 2012, o que foi interpretado como tentativa de inviabilizar o projeto da fábrica de Nova Lima.
É importante, portanto, esse compromisso pessoal da presidente Dilma, a ser tornado público amanhã. O Brasil precisa da insulina mineira. 

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