quarta-feira, 4 de julho de 2012

Sucateada, Polícia Rodoviária Federal pede socorro em Minas

4/07/2012 07:32 - Atualizado em 4/07/2012 07:32

Celso Martins - Do Hoje em Dia

Frederico Haikal
PRF
Policiais rodoviários federais colocaram, na terça, faixa na barreira da BR-040

Minas Gerais precisa de mais mil policiais rodoviários federais para fiscalizar os 6.500 quilômetros de estradas, a maior malha federal do país. Com efetivo de 700 homens, há apenas um agente para cada 9,2 quilômetros de rodovias. Eles registram ocorrências de crimes, acidentes, excesso de cargas e irregularidades na documentação de carros e motoristas.
Para chamar a atenção dos condutores, as entidades que representam os policiais rodoviários federais vão espalhar, por todo o Estado, faixas de protesto com a frase “Polícia Rodoviária Federal (PRF) abandonada. Você paga a conta”. O objetivo é alertar sobre o sucateamento da instituição.
A primeira faixa foi colocada nesta terça no posto da PRF em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. “Na maioria das cidades do interior, são apenas dois policiais por turno. Quando a equipe sai para atender uma ocorrência, o posto fica abandonado”, denuncia o diretor de Comunicação da Federação dos Policiais Rodoviários, Fabiano Viana Santos.
O Noroeste de Minas é a região mais carente de efetivo. Os patrulheiros que trabalham na BR-040, em Três Marias, na Região Central, chegam a percorrer 120 quilômetros para atender uma ocorrência de acidente, deixando o posto fechado por várias horas, segundo a Federação.
Em todo o Brasil, são 9.098 policiais para fiscalizar 70 mil quilômetros de estradas. Cerca de 2.700 ficam por conta do serviço burocrático, como processamento de multas e licitações. Em Minas, são cem patrulheiros lotados no setor administrativo.
Uma das rodovias mais críticas é a BR-381, entre Belo Horizonte e João Monlevade. Segundo a federação, o efetivo não é suficiente para atender o número de ocorrências de acidentes, que chega a dez por dia. Sem fiscalização, o caminho fica livre para o transporte clandestino de armas e drogas.
Coletes vencidos
Além da falta de policiais, os patrulheiros estão usando coletes à prova de bala vencidos, conforme denúncia feita pela Federação dos Policiais Rodoviários. A assessora de Comunicação da PRF em Minas, inspetora Fabrizia Nicolai, informou que os patrulheiros estão usando os coletes disponíveis nos postos até que seja feita licitação para a compra dos novos equipamentos de proteção.

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