sábado, 28 de julho de 2012

MP denuncia policiais paranaenses por morte de sargento em Gravataí

| 28/07/2012 |
Três agentes do Tigre foram denunciados por homicídio qualificado.
Gaúcho foi morto com quatro disparos em dezembro do ano passado.
Os três policiais do núcleo Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (Tigre) do Paraná envolvidos na morte do sargento da Brigada Militar do Rio Grande do Sul Ariel da Silva em dezembro de 2011 foram denunciados por homicídio qualificado nesta sexta-feira (27) pela Promotoria de Justiça Criminal de Gravataí, na Região Metropolitana. Segundo o promotor André Luis Dal Molin Flores, que também pediu o afastamento do trio do Tigre, o policial gaúcho foi morto pelos paranaenses com quatro disparos de arma de fogo, na madrugada de 21 de dezembro de 2011.
Segundo a denúncia do Ministério Público (MP), os três policiais paranaenses estavam emGravataí acompanhando uma quadrilha que havia sequestrado dois agricultores do Paraná e não haviam avisado as autoridades policiais locais sobre as diligências que fariam. Eles estavam em um veículo sem identificação e vestidos à paisana.
No início da madrugada do dia 21 de dezembro de 2011, trafegaram por diversas ruas do bairro Morada do Vale II em busca do cativeiro. Por sua vez, o policial militar, que estava de folga, andava de motocicleta pelo bairro e achou suspeita a atitude dos tripulantes do automóvel. Ariel da Silva passou a seguir o veículo e, no cruzamento entre a ERS-020 e a Rua Sílvio de Freitas, o policial paranaense que estava no banco traseiro disparou quatro tiros de metralhadora no sargento. Antes de morrer, o gaúcho ainda disparou com a pistola que carregava contra os policiais paranaenses, mas acertou apenas o veículo.
De acordo com a denúncia, o crime foi cometido mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, já que Ariel estava em uma motocicleta, enquanto que os policiais paranaenses não podiam ser vistos em virtude de película escura nos vidros. Além disso, o ato resultou em perigo comum, já que uma metralhadora foi utilizada em via pública e dois tiros acertaram residências próximas.
Morte do refém
No dia 23 de fevereiro deste ano, o promotor André Luis Dal Molin Flores denunciou 12 pessoas envolvidas no desdobramento do episódio, oito delas integrantes da quadrilha que realizou o sequestro. Durante o estouro do cativeiro, por volta das 10h30 de 21 de dezembro, houve troca de tiros e o refém morreu. O acusado de ter atirado contra a vítima é um delegado da polícia gaúcha. Também foram denunciados por omissão, já que poderiam ter evitado o sequestro por terem informações através de interceptações telefônicas de que o crime ocorreria, dois delegados paranaenses e um investigador de polícia do Paraná. A Justiça de Gravataí deve ouvir os depoimentos deles no dia 8 de agosto.

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