domingo, 1 de julho de 2012

Minas Gerais vai à ‘guerra’ por investimentos no Estado

1/07/2012 9:4 - Atualizado em 1/07/2012 9:4

Paulo Paiva - Do Hoje em Dia


GM/Divulgação
Planta da GM em Gravataí (RS): Minas está no páreo para receber uma unidade da montadora




 GMDesde março do ano passado, Minas Gerais está negociando a atração de uma unidade de produção de automóveis da General Motors (GM) para o Estado. A empresa quer deixar São Paulo devido a alta mobilização sindical dos trabalhadores. As negociações estão avançadas, mas a decisão caberá à matriz nos Estados Unidos.
A Comil, fabricante nacional de carrocerias de ônibus, chegou a escolher um terreno em Juiz de Fora para implantar uma unidade industrial. Fez o cheque no valor pedido pelo dono: R$ 5 milhões. Na última hora, o proprietário resolveu aumentar o valor para R$ 21 milhões. Resultado: a Comil foi para Lorena (SP).
A gigante chinesa Foxconn, fabricante de produtos eletroeletrônicos e para computadores, estava de malas prontas para Funilândia (próximo a Sete Lagoas). Mas exigiu do governo federal reserva de mercado. Resultado: o pedido foi negado, o projeto parou e agora aguarda uma nova decisão da empresa. Finalmente, outra empresa exigiu alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) para instalar-se em Minas.
Estes são apenas alguns exemplos das dificuldades enfrentadas pelo governo mineiro para atrair investimentos para o Estado, embora os números sobre atração de investimentos sejam positivos.
O percentual considerado bom de consolidação de investimentos é de 30% das empresas que procuram o Estado. No ano passado, o percentual de Minas foi de 80%
Mas a batalha é árdua: várias decisões fogem ao controle do Estado e Minas tem vizinhos com excelente infraestrutura (São Paulo) e recursos em caixa dos royalties do petróleo (Rio de Janeiro e Espírito Santo).
Na verdade, a mudança da economia global e das próprias empresas mostrou ao Estado que o modelo usado até a década de 1990 (financiamento de capital de giro, terreno, moratória para pagamento de impostos e energia) está esgotado.
“Agora, é preciso ouvir as empresas, saber exatamente o que querem e dar respostas rápidas. Temos que valorizar o que temos de melhor e encontrar soluções para as desvantagens”, resume a secretária de estado de Desenvolvimento Econômico, Dorothea Werneck.
Um exemplo: descapitalizados, os fundos de financiamento do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) foram substituídos por acordos com a Caixa e Banco do Brasil (BB) para equalizar juros menores oferecidos por outros Estados. O BDMG também recebeu autorização para entrar no capital de empresas.

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