Para Antônio Ferreira Pinto, policial que muda de lado não pode ter privilégios
O
secretário da Segurança Pública de São Paulo, Antônio Ferreira Pinto,
afirmou, nesta terça-feira (24), que pretende agilizar a expulsão de PM
criminosos da corporação para que eles cumpram pena em presídios comuns o
quanto antes. Para ele, o PM que passa para “o lado da criminalidade”
não pode ter privilégios.
- Nós temos que repensar a utilização desse presídio [Romão Gomes].
Ele não pode servir de privilégio para ninguém. Aquele PM que passa para
o outro lado tem que saber que, depois de punido, vai para a vala comum
do sistema prisional. Ele não pode ter o privilégio de ficar no
presídio militar.
As penas aplicadas para os crimes militares também “são muito
pequenas”. Esta é outra questão, além do Romão Gomes, que Antônio
Ferreira Pinto “tem pensado com muita convicção”. O titular da pasta da
segurança pública, no entanto, descartou a possibilidade de acabar com o
presídio militar, que fica na zona norte de São Paulo.
- Não pretendo acabar com o Romão Gomes. Mas nós temos que
repensá-lo. Ex-PM não deve ficar lá dentro. E quem comete sequestro,
latrocínio, estupro e roubo tem que ser excluído rapidamente [da
corporação] para que ele vá para a vala comum.
http://policialbr.ning.com/profiles/blogs/secretario-de-seguranca-publica-quer-que-pm-criminoso-cumpra-pena
Para mudar a forma com que PMs criminosos cumprem pena, Pinto
explicou que não é necessário fazer uma reforma na legislação militar
vigente. A alternativa, segundo ele, é “formatar e acelerar alguns
procedimentos administrativos”.
- Nós temos que implantar na PM o mesmo sistema da Polícia Civil. Temos que agilizar os processos de demissão.
Em junho de 2011, o ex-comandante da Polícia Militar do Estado de São
Paulo, coronel Álvaro Batista Camilo, havia anunciado que a
Corregedoria da PM encaminharia um ofício à Justiça Militar solicitando
que os PMs envolvidos em crimes, como ataques a caixas eletrônicos,
cumprissem pena em presídios comuns.
A iniciativa aconteceu após cinco membros da corporação serem presos
por participar de uma quadrilha que, além de roubar caixas, também
planejava assassinatos na capital paulista.
Ausente
A entrevista com o secretário de Segurança Pública aconteceu depois
da cerimônia de posse do novo comandante geral da Polícia Militar do
Estado de São Paulo. O coronel Roberval Ferreira França, que atuava na
região do ABC Paulista, ocupou o lugar do coronel Álvaro Camilo cerca de
um mês antes do fim do prazo da gestão dele.
Questionado por que Camilo não participou da cerimônia de posse de
Roberval, o secretário de segurança disse que o ex-coronel pode ter tido
um contratempo.
- Eu desconheço porque ele não veio [...] Deve ser por algum motivo
de força maior que ele não está presente. Mas a saída não foi
traumática. Ele foi um grande comandante. E o coronel Roberval vai ser
um comandante à altura dele e até melhor.
O coronel Álvaro Camilo poderia ocupar o cargo de comandante geral da
PM até o dia 21 de maio deste ano. Mas o secretário da Segurança
Pública disse ter entendido que “era salutar para a corporação que ele
entregasse o cargo antes, para que as mudanças se fizessem rapidamente”.
A gente não poderia esperar até o dia 21 de maio para realizar
mudanças que eram urgentes. Os desafios são grandes e nós temos que
planejar com rapidez.
Antônio Ferreira Pinto disse ainda que a gestão do coronel Roberval
Ferreira França vai marcar a saída de policiais militares de setores
administrativos para as ruas.
- Nós temos que, cada vez mais, colocar o policial militar na rua.
Vamos enxugar a máquina, colocar o profissional do serviço burocrático
no policiamento na cidade. Vocês podem ter a certeza que vamos ter mais
policiais militares da rua.
O prefeito Gilberto Kassab (PSD) e o governador Geraldo Alckmin
(PSDB) participaram da cerimônia de posse do comando geral e salientaram
a importância da PM para a história da cidade de São Paulo e do Estado.
Alckmin ainda anunciou que, até o final do ano, haverá quase 100 mil
PMs trabalhando em território estadual.
O diretor nacional de relações institucionais da Rede Record,
Zacarias Pagnanelli, também acompanhou o evento, representando o
presidente da emissora, Alexandre Raposo.
O procurador geral de Justiça de São Paulo, Márcio Elias Rosa, participou da solenidade ao lado de Zacarias Pagnanelli
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