Rômulo Dangelo é acusado de ser um dos bicheiros que pagam comissões aos policiais em Juiz de Fora
Felipe Couri
Imóvel, na Av. Prefeito Melo Reis, fica em terreno da prefeitura e abrigou boate de strip-tease
O filho do
subcorregedor geral da Polícia Civil em Minas Gerais, Élder Dangelo, é
acusado de ser um dos bicheiros que pagam propina a policiais civis e
militares para permitir em funcionamento o esquema do jogo do bicho e de
máquinas caça-níqueis. Conhecido como “Rominho”, o filho da autoridade
chegou a ser preso em um salão onde havia 40 máquinas de caça-níquel.
Porém, foi liberado por um dos delegados denunciados por participação na
quadrilha da jogatina em Juiz de Fora, na Zona da Mata.
Conforme informou o Hoje em Dia, contraventores estariam aliciando
policiais, mediante o pagamento de propina, para que não atrapalhem os
negócios dos bicheiros. Entre os acusados de envolvimento estão coronéis
e juízes. As denúncias são de policiais que se recusaram a participar
da divisão do dinheiro.
Em um dos depoimentos prestados à Corregedoria, um deles revela que o
suspeito de contravenção “Rominho” é filho do subcorregedor, já tendo
sido preso em uma operação contra o jogo do bicho. “Que Rominho é filho
de um delegado da Corregedoria de Minas e durante a ocorrência disse que
jamais havia imaginado que alguém entraria em sua loja da forma em que
ocorrera e o prenderia”, afirmou o militar. Durante a operação, os
militares encontraram cerca de 40 máquinas caça-níqueis em
funcionamento.
Os equipamentos e o dinheiro contido neles foram encaminhados, junto ao
acusado de contravenção, à delegacia de plantão. Policiais contaram que,
“para surpresa” de todos, não foram os oficiais do plantão os
responsáveis pela ocorrência. “Um detetive levou Rominho, que estava
preso, e o dinheiro apreendido para a sala do delegado Camarota”, alegou
o policial. O delegado em questão é Fernando Camarota Filho, acusado de
receber propina de bicheiros, em especial Frederico Márcio Arbex. Os
policiais foram dispensados pelo delegado, sem explicações. Um deles
disse que obteve informações de que “Rominho” falava da polícia com
ironia e pagava aos militares. “Ele estaria zombando da ação da equipe,
dizendo: ‘não tenho com o que me preocupa, pois tenho o controle das
informações via policiais militares’”, afirmou.
As corregedorias das polícias alegam que apuram as acusações envolvendo
membros das corporações. O subcorregedor Élder Dangelo confirmou a
prisão do filho por suspeitas de envolvimento com o jogo. Ele negou que
tenha interferido no procedimento policial. Disse que Rômulo telefonou
para ele da delegacia, afirmando que havia sido detido e alegando que
não tinha ligação com o bicho. “Eu disse à autoridade policial para
tomar todas as providências. Ele responde por todos os atos errados que
porventura tiver. Se está devendo, que a Justiça cobre dele. Não
acoberto esse tipo de coisa. Tem que tomar providência, sim. É maior de
idade e meu filho por circunstância espiritual, não respondo por ele”,
afirmou o subcorregedor. O delegado Camarota não foi encontrado.Leia mais na Edição Eletrônica
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