O delegado Heraldo Lucca é da “nova geração”, que assumiu em 2001.
Ele trabalhou no Conselho Estadual de Segurança Pública – gestões
Manoel Cavalcante e Delson Lyra –, era muito respeitado pelo pessoal da
Fazenda Pública, por promotores, por magistrados e, principalmente,
pelos seus colegas delegados.
O inquérito instaurado na semana passada, no entanto, paulatinamente
foi desvendando a surpreendente ação do delegado – o que ainda precisa
ser provado na Justiça – na guarda dos cheques apreendidos na Operação
Espectro.
O impacto foi tão grande que houve uma reunião da cúpula da Polícia
Civil, na sexta-feira, com promotores e magistrados para decidir sobre a
prisão de Haroldo de Lucca. Então, a delegada Ana Luiza Nogueira, que
preside o inquérito sobre o sumiço dos cheques, já tinha certeza de que o
responsável era o delegado.
Imagens do circuito interno do prédio em que ele mora revelaram a
veracidade do depoimento do corretor de imóveis identificado como a
pessoa que havia descontado os cheques apreendidos, num valor aproximado
de R$ 20 mil. Ele visitava, com frequência, o delegado, com quem – –
esta é a história – tinha negócios.
A suspeita de que poderia ser uma armação contra Lucca adiou para ontem o pedido formal de prisão.
Os colegas do delegado consideram que o golpe foi primário demais
para quem conhecia, por dentro, uma investigação policial. Da
perplexidade, eles foram à decepção e, por consequência, à lamentação.
A Polícia Civil, é claro, fica com a imagem arranhada. Pior seria, no
entanto, se resistisse a cortar na própria carne, protegendo um dos
seus integrantes. O que, aliás, não seria nenhuma novidade na história
da instituição.
Fico a lembrar, como lição, a frase do jornalista e escritor inglês Christopher Hitchens, morto no ano passado:
- A ética é o que nos guia quando ninguém está nos vendo.
É você e só você.
Fonte:http://blog.tudonahora.com.br/ricardomota/2012/04/24/a-historia-do-delegado-que-fez-a-policia-sangrar/
http://noticiasdapc.blogspot.com.br/
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